A longevidade traz benefícios mesmo para quem não é velho

Quem nasceu em 1960 tem 13% de chances de viver até os 100 anos. Acelere o filme até os dias de hoje e essa probabilidade já é de 50% para os recém-nascidos. As notícias são boas, mas há quem insista em ver o copo meio vazio ou a caminho de secar: afinal, como administrar o envelhecimento da população mundial, cujo número de idosos deve dobrar por volta de 2050 e triplicar em 2100? Vislumbrando as oportunidades que podem substituir temores infundados.

Idosos de bicicleta: a longevidade é um poderoso incentivo para pessoas de todas as idades adotarem um estilo de vida saudável  — Foto: Domínio público

Idosos de bicicleta: a longevidade é um poderoso incentivo para pessoas de todas as idades adotarem um estilo de vida saudável — Foto: Domínio público

 

A perspectiva da longevidade, ou seja, de passar mais tempo nesse planeta, é um poderoso incentivo para pessoas de todas as idades adotarem um estilo de vida saudável e manterem doenças crônicas sob controle. Juntas, medicina e tecnologia conseguirão fazer com que esses indivíduos se mantenham ativos por um período maior, forçando empresas, cidades e governos a rever processos de recrutamento e seleção, planejamento urbano e políticas públicas – iniciativas que, em última análise, são benéficas para todos.

Em 2007, a alemã BMW já havia detectado que ocorreria uma mudança significativa na idade média de seus funcionários: de 39 para 47 anos em uma década. O “Projeto 2017” incluiu cursos de capacitação, melhorias ergonômicas nas fábricas, flexibilização do horário de trabalho, entre outras mudanças que aumentaram a produtividade da empresa e retiveram uma mão de obra especializada. Companhias que estão entre as 500 maiores do mundo têm desde programas para parar de fumar a convênios com academias. Elas lucram com isso: um número menor de dias de licença médica e redução da sinistralidade dos planos de saúde, por exemplo.

Se, em 2002, o cálculo era de que 20% dos idosos entre 65 e 74 anos continuavam a trabalhar, a estimativa é de que esse percentual chegue em breve a 32%. Gente com disposição e dinheiro no bolso, demandando produtos e serviços que atendam às suas necessidades. Somente nos Estados Unidos, a chamada economia da longevidade – que engloba o dia a dia de quem está acima dos 50 – vai movimentar algo em torno 13.5 trilhões de dólares em 2032.

A longevidade é ainda um acelerador para a adoção de novas tecnologias, como a utilização de robôs para desempenhar funções que seriam de cuidadores. No Japão, onde essa experiência está mais adiantada devido a uma combinação de baixa taxa de natalidade e envelhecimento da população, há indícios de que as máquinas ajudam a diminuir o estresse dos funcionários de instituições de longa permanência. Se houver uma convergência de ações para dar suporte à velhice ativa, todos sairão ganhando.

Fonte: G1

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