Abandonar o cigarro pode ser possível com auxílio de programas especializados

Man refusing cigarettes concept for quitting smoking and healthy lifestyle dark background. or No smoking campaign Concept.

O tabaco mata metade dos usuários. O alerta é da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em um dos esforços para conscientizar sobre a importância de se parar de fumar, a data de 31 de maio é marcada como o Dia Mundial sem Tabaco.

O tabagismo é associado a cerca de 50 doenças. A boa notícia é que estudos citados pela OMS demonstram que quando os fumantes se conscientizam sobre os males do cigarro, a maioria deseja abandonar o vício. Porém, sem apoio, apenas 4% das tentativas são bem-sucedidas.

Incentivar a deixar de fumar é reduzir os riscos de doenças e enfermidades, ao mesmo tempo cortar custos de operadoras de saúde. No Brasil, até 2015, no Sistema Único de Saúde (SUS), o tabagismo gerava um custo de R$125.148 bilhões anual.

Apoio profissional e medicamentos comprovados para auxiliar a deixar de fumar podem dobrar a chance de um usuário parar. Uma forma de conscientizar é através de campanhas. Imagens e gráficos podem ajudar a proteger a saúde dos fumantes passivos, ao evitar que fumantes fumem dentro de casa.

Um exemplo de medida que pode funcionar é da operadora de saúde Sepaco, que promove um programa de  Combate ao Tabagismo. É ofertado um trabalho de terapia grupal, sob orientação de psicólogos, com duração de quatro meses. São realizados encontros de 50 minutos a cada 15 dias.

Maior causa de morte evitável

A OMS considera que o tabagismo é uma das grandes ameaças à saúde pública que o mundo enfrenta. Anualmente, morrem mais de 8 milhões de pessoas. Deste total, 7 milhões de mortes são devido ao uso do tabaco e 1,2 milhão são de fumantes passivos. É a maior causa de morte evitável no mundo.

É atribuído ao tabaco a maior causa de todos os cânceres de pulmão. Também está associado ao câncer de cabeça, pescoço, esôfago e pâncreas, entre outros. Só o câncer de esôfago, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é a causa de quase nove mil mortes por ano no Brasil. Para 2022, o Inca estima 11.390 novos casos.

O hábito de fumar também pode levar ao desenvolvimento de outros problemas de saúde, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade, osteoporose, catarata, etc. De acordo com a OMS,65 mil crianças morrem anualmente de doenças atribuíveis ao fumo passivo. Em mulheres grávidas, causa complicações na gravidez e o bebê pode nascer abaixo do peso.

Cigarro no Brasil

Por dia, 443 pessoas morrem no Brasil devido a problemas de saúde relacionados ao tabagismo. Do total de óbitos, 37.686 são causadas pela Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179 por doenças cardíacas, 50.126 por cânceres (quase metade devido ao câncer de pulmão), 12.201 à pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral (AVC). Uma parcela das mortes é causada pelo tabagismo passivo. As informações são de 2020 e constam no site da Instituto de Efectividad Clínica y Sanitaria (IECS).

Deixar de fumar proporciona 4,81 anos de vida sem problemas cardíacos

Um estudo comparou que para manter o sistema cardiovascular saudável, parar de fumar tem o mesmo efeito que utilizar três medicamentos preventivos.  Abandonar o cigarro proporcionaria 4,81 anos de vida sem problemas cardíacos, enquanto os medicamentos 4,83 anos. A pesquisa é do Centro Médico da Universidade de Amsterdã, na Holanda.

Dados de 989 pacientes com 45 anos foram utilizados no estudo. Todos eram fumantes, tiveram um ataque cardíaco e/ou foram submetidos a implante de stent ou cirurgia de revascularização. A média de idade era de 60 anos e 23% eram mulheres. Os medicamentos preventivos eram antiplaquetários, estatinas e remédio para baixar a pressão arterial.

Altamente viciante

A nicotina, princípio ativo presente no tabaco, é uma droga altamente viciante. Ela se conecta aos neurotransmissores do sistema nervoso responsáveis pela liberação de dopamina. O efeito começa a surgir cerca de 15 segundos depois da tragada.

Ao passar do tempo, o cérebro se adapta à nicotina e precisa de doses cada vez maiores, assim aumenta o consumo do número de cigarros.

Cigarro eletrônico

O tabagismo é muito associado ao cigarro e ao charuto. Mas também são prejudiciais o charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo, os dispositivos eletrônicos para fumar e outros.

Muitos pensam que dispositivos eletrônicos ajudam a reduzir o vício no cigarro. Contudo, também causam danos à saúde. Estes dispositivos não têm geração de monóxido de carbono. Porém, a maioria tem nicotina e outras substâncias líquidas como glicerol, glicerina vegetal, propilenoglicol e aromatizantes alimentares. Podem causar doenças respiratórias, como o enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares, dermatite e câncer. De acordo com o INCA, os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional. A venda de dispositivos eletrônicos para fumar está proibida no Brasil desde 2009.

De acordo com um levantamento publicado no dia 27 de abril, um a cada cinco jovens, entre 18 a 24 anos, usa cigarros eletrônicos no Brasil.  A pesquisa foi realizada com 9 mil pessoas por telefone, em todas as regiões do Brasil. Os dados estão em Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel).

Entre a população, 10,1% entre os homens usam DEF contra 4,8% das mulheres. Por região do Brasil, a que mais consome é o centro-oeste com 11,2%, seguida pelo sul com 10,2%.

Cuidados e orientações

Criar programas de medicina preventiva é uma boa opção para reduzir os custos das operadoras de saúde. Os programas que orientam e auxiliam a largar o tabaco são uma forma eficiente de se conscientizar quanto a importância de uma vida saudável.

Como mencionado anteriormente, os fumantes precisam de apoio e ajuda para largar o vício. Estes programas podem ter equipes multidisciplinares, com psicólogos, enfermeiros e médicos.

É muito importante essa conscientização. Os fumantes correm o risco de morte súbita quatro vezes maior do que os não-fumantes.

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