Alto estresse na pandemia dobrou chances de mudanças no ciclo menstrual

Apesar do auge da pandemia da Covid-19 já ter ficado para trás, os efeitos desse momento sem precedentes na vida da população mundial ainda estão sendo mensurados. Agora, uma nova pesquisa da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, avaliou que o estresse causado pela pandemia também afetou o ciclo menstrual das mulheres.

Publicado na revista Obstetrics & Gynecology no dia 27 de outubro, o estudo concluiu que mulheres com alto estresse relacionado à pandemia tiveram duas vezes mais chances de sofrer mudanças em seu ciclo menstrual em comparação com aquelas com baixo estresse relacionado à pandemia.

“O estresse pode se manifestar no corpo das mulheres como mudanças na função menstrual, e sabemos que a pandemia tem sido um momento incrivelmente estressante para muitas pessoas”, afirmou Martina Anto-Ocrah, professora na Escola de Medicina de Pittsburgh, em comunicado.

Participaram do estudo 354 mulheres cisgêneras norte-americanas geograficamente e racialmente diversas, de 18 a 45 anos e que não estavam tomando anticoncepcionais hormonais. Delas, 10,5% relataram terem experienciado alto estresse durante a pandemia.

Dentro desse grupo, as mulheres eram mais propensas a relatar mudanças na duração do ciclo menstrual, duração do período, fluxo menstrual e aumento de manchas do que seus pares com baixo estresse. Também houve tendência de fluxo menstrual mais intenso no grupo de alto estresse.

Cerca de 12% das participantes relataram mudanças em todas as quatro características citadas anteriormente. De acordo com os pesquisadores, essas irregularidades podem trazer consequências econômicas e de saúde para as mulheres.

“O ciclo menstrual é um indicador do bem-estar geral das mulheres”, disse Anto-Ocrah. “A interrupção do ciclo menstrual e os hormônios flutuantes podem afetar a fertilidade, a saúde mental, as doenças cardiovasculares e outros resultados”.

A pesquisadora agora espera que o estudo inspire mais pesquisas sobre o estresse causado pela Covid-19 e como ele impactou a saúde das mulheres em escala global, incluindo potenciais efeitos de longo prazo na fertilidade, transição da menopausa e saúde mental.

Fonte: Revista Galileu

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