Alzheimer: dormir menos de 7 horas por dia aumenta o risco da doença em pessoas saudáveis, diz novo estudo

Um estudo feito pelo centro de pesquisa Pasqual Maragall Foundation, o Barcelonaβeta Brain Research Center (BBRC), juntamente com pesquisadores da Universidade de Bristol revela que uma má qualidade do sono, bem como dormir menos de sete horas por noite, está associado a um aumento do risco de desenvolver Alzheimer em pessoas saudáveis, ou seja, sem comprometimento cognitivo.

 

Usando dados da maior coorte até o momento, o Estudo de Coorte Longitudinal de Prevenção da Demência de Alzheimer (EPAD LCS), os pesquisadores conseguiram validar a hipótese de que a privação do sono está associada a biomarcadores do líquido cefalorraquidiano (LCR) da doença de Alzheimer de forma transversal e que prevê aumentos futuros da doença em pessoas sem identificação sintomas da doença de Alzheimer na linha de base.

A equipe analisou dados de 1.168 adultos com mais de 50 anos. Análises transversais revelaram que a má qualidade do sono está significativamente associada ao aumento da proteína t-tau no líquido cefalorraquidiano. Entre outros achados, foi demonstrado que uma curta duração do sono, inferior a sete horas, está associada a valores mais elevados de p-tau e t-tau, biomarcadores fundamentais para medir o risco de Alzheimer na fase pré-clínica da doença.

“Nossos resultados fortalecem ainda mais a hipótese de que a interrupção do sono pode representar um fator de risco para a doença de Alzheimer. Por esse motivo, pesquisas futuras são necessárias para testar a eficácia de práticas preventivas, projetadas para melhorar o sono nos estágios pré-sintomáticos da doença, a fim de reduzir a patologia da doença de Alzheimer”, afirmou Laura Stankeviciute, pesquisadora de pré-doutorado no BBRC e uma das principais autoras do estudo.

As anormalidades do sono são comuns na doença de Alzheimer, e a qualidade do sono pode ser afetada no início do estágio pré-clínico da doença, mesmo quando não há outros sintomas. Compreender como e quando a privação do sono contribui para a progressão da doença de Alzheimer é importante para a concepção e implementação de futuras terapias.

“Os dados epidemiológicos e experimentais disponíveis até o momento já sugeriam que as anormalidades do sono contribuem para o risco da doença de Alzheimer. No entanto, estudos anteriores tinham limitações devido à falta de biomarcadores da doença de Alzheimer, porque tinham um desenho não transversal, ou devido ao pequeno tamanho da amostra de participantes”, diz Stankeviciute que completa dizendo que este é o primeiro estudo a incluir todos esses fatores.

Fonte: O Globo

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