
Aproximando-se os dois anos do início da pandemia, pesquisadores permanecem perplexos quanto ao motivo pelo qual alguns pacientes infectados pelo Sars-CoV-2 permanecem assintomáticos enquanto outros desenvolvem sintomas graves da covid-19. Em um novo estudo retrospectivo, pesquisadores da Universidade Médica da Carolina do Sul (Musc), nos EUA, descobriram um biomarcador específico e sensível em amostras de sangue que prevê quais pessoas serão sintomáticas.
O resultado, publicado na revista Scientific Reports, mostra que níveis reduzidos de um lipídio específico, a esfingosina, estão significativamente associados ao desenvolvimento de sintomas de covid-19. Por outro lado, taxas elevadas da substância, bem como de uma proteína envolvida em sua produção, a ceramidase ácida (AC), estão associadas a infecções assintomáticas.
Besim Ogretmen, pesquisador da instituição e um dos autores do estudo, lembra que a mortalidade por covid-19, provavelmente, resulta de uma resposta imune hiperativa ao vírus nos pulmões de pacientes infectados, o que causa dificuldade respiratória grave. No entanto, os sintomas variam amplamente, e os cientistas e médicos não entendem por que algumas pessoas desenvolvem sintomas graves e outras permanecem assintomáticas.
Sabe-se que os esfingolipídios, classe de moléculas importantes para a integridade da membrana celular e a comunicação entre as células, podem regular a inflamação e o sistema imunológico em resposta a várias infecções. O laboratório Ogretmen tem décadas de experiência na análise da produção e do processamento de diferentes lipídios, incluindo esfingolipídios, por meio de um método de medição global chamado lipidômica.