
Em entrevista à CNN Rádio, a virologista da UFRJ Clarissa Damaso disse que ainda não é possível afirmar se a varíola dos macacos pode ser transmitida sexualmente.
Na última quarta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que analisa essa possibilidade, depois de cientistas detectarem DNA viral no sêmen de um conjunto de pacientes identificados com monkeypox na Itália e na Alemanha.
“Temos que tomar cuidado com o que está acontecendo, não foi o vírus replicante que foi encontrado, mas material genético, não é a mesma coisa, precisamos de mais estudos”, afirmou.
Segundo a virologista, “se o material representar vírus ativo aí sim pode estar associado à transmissão via sexual, mas mais amostras devem ser estudadas para se ter certeza.”
A transmissão da patologia ocorre por meio de contato direto com uma pessoa infectada que apresente lesões na pele, ou por gotículas de saliva.
A manifestação clínica da varíola dos macacos, de acordo com Clarissa, está diferente, “mais branda”, mas isso muitas vezes “permite que haja uma disseminação maior da doença.”
O Brasil tem, até o momento, cinco casos confirmados: três em São Paulo, um no Rio Grande do Sul e um no Rio de Janeiro.
Todos eles tiveram passagem por países como Portugal e Reino Unido, que registram casos da doença.
“Tivemos mais de 1.700 casos no mundo e nenhum óbito, a doença tem sido bem branda neste surto, com a maioria dos casos sendo de adultos na faixa em torno de 34 a 37 anos, predominantemente homens, com poucas crianças e mulheres.”
A especialista acredita que o Ministério da Saúde tem feito “um excelente trabalho” de monitoramento: “Com identificação de casos suspeitos o mais rápido possível para o diagnóstico.”
“O mais importante é contar com ajuda dos médicos em ter atenção aos sintomas e sinais da doença, para diagnóstico clínico”, completou.
*Com produção de Isabel Campos
Fonte e imagem: CNN Brasil