Desde a noite de domingo (30), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram mais de 300 bloqueios em rodovias de 25 estados brasileiros e do Distrito Federal. Os pontos interditados prejudicam a locomoção de milhares de pessoas e o transporte de produtos em todo o país. Insumos para a produção de vacinas e oxigênio para hospitais estão na lista.
Segundo comunicado do Instituto Butantan, uma paralisação de caminhoneiros próxima à cidade de Jundiaí (SP) atrasou em mais de oito horas a chegada de caminhões que levavam 520 mil ovos usados na produção de vacinas contra H3N2. Os veículos só foram liberados após o instituto acionar a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) e receberem escolta da Polícia Militar (PM) até a entrada principal do instituto, que fica na capital paulista.
Os ovos serão avaliados por técnicos do instituto antes de seguir para a produção de 1,5 milhão de doses da vacina contra Influenza, que deve ser distribuída para toda a população brasileira em 2023. Todos os anos o Instituto Butantan fornece 80 milhões de doses do imunizante ao Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
O oxigênio líquido medicinal é outro insumo que pode ser afetado pelos bloqueios. Em nota à imprensa, a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) afirmou que tem acompanhado a evolução dos protestos em diferentes regiões do país e que empresas do ramo estão preocupadas com a situação.
“Especificamente no setor de saúde, as manifestações estão colocando em risco o transporte de oxigênio líquido medicinal, destinado a clínicas e hospitais”, alerta a Abiquim. O produto, muito utilizado no tratamento da Covid-19, é usado para preservar a vida de pacientes em estado crítico em centros e unidades de terapia intensiva (CTIs e UTIs) ou que sofrem de crise respiratória.
A associação ainda reiterou que o trafego em rodovias deve ser retomado rapidamente. “Faz-se necessária a urgente liberação da circulação sem bloqueios no País para que tanto o oxigênio quanto os demais produtos essenciais à vida do brasileiro sigam chegando ao seu destino.”
Fonte: Revista Galileu
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