Câncer de intestino: Emilio Surita faz cirurgia para retirar tumor; entenda o aumento de casos da doença

Emílio Surita foi diagnosticado com câncer de intestino. Na semana passada, o apresentador do “Pânico” se submeteu a uma cirurgia para tratar o quadro. Nesta quarta-feira, ele confirmou que seguirá com o tratamento. Aos 61 anos, ele não é a única celebridade com um tumor localizado no órgão que faz parte do aparelho digestivo. As cantoras Simony e Preta Gil também estão em tratamento contra a doença.

 

Casos de câncer de intestino, chamado também de câncer colorretal, vem crescendo nos últimos anos, principalmente entre os mais jovens. Ele se tornou um dos tumores mais incidentes na população brasileira.O câncer de intestino ou colorretal é o terceiro tipo de tumor mais comum no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A última estimativa indica que serão diagnosticados 45.630 novos casos da doença por ano até 2025, sendo a maior incidência deles entre as mulheres.

O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto e ânus.

Um relatório da American Cancer Society divulgado no começo de março aponta que a proporção de casos de câncer de intestino entre adultos com menos de 55 anos aumentou de 11% em 1995 para 20% em 2019.

— Até pouco tempo, costumávamos dizer que o câncer de cólon e reto era uma doença da pessoa idosa. E isso vem mudando. Infelizmente, a faixa etária em que o aumento é mais pronunciado na última década é justamente a faixa etária abaixo dos 50 anos. Isso aconteceu no Brasil e no mundo. O aumento da obesidade entre os jovens é um dos fatores. Consumo exagerado de alimentos ultraprocessados e sedentarismo também influenciaram — disse o médico Paulo Hoff, especialista em câncer gastrointestinal está à frente da oncologia da Rede D’Or, em entrevista recente ao GLOBO.

 

Um estudo feito por cientistas do Inca e publicado na revista científica Frontiers in Oncology apontou que a probabilidade de óbito prematuro por câncer de intestino entre pessoas de 30 a 69 anos pode ter um aumento de 10% até 2030. O artigo projetou a mortalidade por câncer no Brasil para o quinquênio 2026-2030, comparando com o período base de 2011 a 2015. Na análise, realizada para vários tipos de tumores, o câncer de intestino apresentou o maior aumento projetado em todas as regiões brasileiras, para ambos os sexos.

Fatores de risco para o câncer de intestino

 

Segundo o Inca são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de intestino ou câncer colorretal:

  • idade igual ou acima de 50 anos
  • inatividade física (sedentarismo)
  • excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade)
  • alimentação pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras.
  • consumo de carnes processadas, comumente conhecidas como embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame, entre outras)
  • ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana)
  • histórico familiar de câncer de intestino ou histórico pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama
  • tabagismo
  • consumo de bebidas alcoólicas.

Sintomas do câncer de intestino

 

Em seu site, o Inca também lista os sintomas mais frequentemente associados ao câncer do intestino, que são:

  • sangue nas fezes
  • alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados)
  • dor ou desconforto abdominal
  • fraqueza e anemia
  • perda de peso sem causa aparente
  • alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas)
  • massa (tumoração) abdominal

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico do câncer de intestino é feito por meio de uma colonoscopia. A detecção é feita a partir de uma biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto.

 

Para um melhor prognóstico da doença, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, maiores são as chances de cura ou remissão do paciente.

A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce) ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

O rastreamento dos tumores de cólon e reto (colorretal) pode ser realizado através de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia ou retossigmoidoscopias).

Tratamento

 

A primeira etapa do tratamento para o câncer de intestino é a cirurgia. Neste procedimento, é retirada a parte afetada do órgão e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia (uso de radiação), associada ou não à quimioterapia (uso de medicamentos), para diminuir a possibilidade de recidiva (retorno) do tumor. O tratamento é determinado pelo oncologista que acompanha o caso e depende do estágio da doença.

Fonte: O Globo

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