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Caso de Mers com origem desconhecida na Arábia Saudita intriga OMS

Um homem de 28 anos que vive na cidade de Al Ain, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, testou positivo para o coronavírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). O caso de origem desconhecida foi notificado pelo país à Organização Mundial da Saúde (OMS) em 10 de julho.

A Mers é uma infecção respiratória viral causada pelo coronavírus MERS-CoV, para a qual ainda não existe vacina. As infecções por esse vírus geram de sintomas respiratórios leves até doença respiratória aguda grave e morte. Entre os principais incômodos estão febre, tosse, falta de ar, pneumonia e possivelmente sintomas gastrointestinais, incluindo diarreia.

Os seres humanos contraem o MERS-CoV por contato direto ou indireto com dromedários contaminados (os “primos” dos camelos, com apenas uma corcova), mas também há casos de transmissão entre humanos, predominantemente entre contatos próximos e em ambiente hospitalar.

Mas o homem nos Emirados Árabes, que não é natural do país, não apresentava histórico de contato direto ou indireto com dromedários, nem consumo de alimentos crus, segundo concluiu uma investigação da OMS.

Ele tampouco entrou em contato com pessoas infectadas com o coronavírus e não fez nenhuma viagem recente ao exterior. Nenhum caso secundário de Mers foi identificado, sendo que o homem não tem familiares nos Emirados Árabes Unidos nem vive com outras pessoas na mesma casa.

Antes dessa notificação, a última infecção por MERS-CoV relatada no país foi em novembro de 2021. O primeiro caso confirmado em laboratório por lá foi em julho de 2013. Desde então, os Emirados Árabes Unidos relataram 94 ocorrências (incluindo esse caso atual) e 12 mortes associadas, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de 13%.

Teste positivo

 

O homem de 28 anos visitou um centro médico privado várias vezes entre 3 e 7 de junho de 2023, queixando-se de vômitos, dor no lado do tronco e ao urinar. Em 8 de junho, ele foi encaminhado a um hospital do governo ainda vomitando e com sintomas gastrointestinais, como diarreia, e recebeu o diagnóstico inicial de pancreatite aguda, lesão renal aguda e sepse.

Em 13 de junho, foi levado em estado crítico para a UTI em um hospital terciário especializado do governo, onde recebeu ventilação mecânica. Ele piorou, e um swab nasofaríngeo foi coletado em 21 de junho, revelando o resultado positivo para o vírus MERS-CoV dois dias depois.

Foram rastreados então 108 contatos que o jovem teve nas unidades de saúde (56 do primeiro hospital do governo e 52 do segundo hospital do governo). Todos os profissionais de saúde foram monitorados por 14 dias a partir da última data de exposição dessas pessoas ao paciente.

A triagem para os profissionais de saúde expostos foi acompanhada de amostras respiratórias, com todos os resultados dando negativo para o MERS-CoV.

Em resposta ao ocorrido, o Centro de Saúde Pública de Abu Dhabi (ADPHC) fortaleceu as atividades de vigilância para identificar possíveis casos, realizou vários workshops e emitiu circulares a respeito do MERS-CoV.

Já a OMS disse em comunicado que “continua a monitorar a situação epidemiológica e realiza avaliações de risco com base nas últimas informações disponíveis.” A organização enfatizou também “a importância de uma forte vigilância por todos os Estados Membros para infecções respiratórias agudas, incluindo MERS-CoV”.

Fonte: Revista Galileu

Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIH)

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