Ciclo menstrual: a verdade sobre menstruação e saúde mental

Ciclo menstrual, apesar de ser algo comum, pode ser um grande mistério para boa parte das mulheres que ainda desconhecem suas fases e como elas afetam as emoções.

De repente, como se fosse do dia para a noite, seu humor está diferente. Você se sente mais sensível e ao mesmo tempo mais irritada. Sente necessidade de comer doces a toda hora, ao mesmo tempo em que se culpa por só querer alimentos não muito saudáveis – é o seu ciclo menstrual em ação.

Temida por uns, entendida por outros, a famosa TPM anuncia sua chegada. Entretanto, o corpo feminino e sua atividade cerebral não são apenas afetados durante esse período. Ao longo de todo o mês, nossos corpos e mentes sentem os efeitos do ciclo menstrual. É sobre isso que vamos falar aqui.

Então fique atenta e acompanhe a leitura até o final. Aprenda a lidar com cada uma dessas fases!

As fases do ciclo menstrual 

Muito mais do que cólicas, alteração no apetite e outros sintomas físicos, as alterações químicas que ocorrem durante todo o ciclo menstrual são capazes de afetar nossas emoções. Inclusive, interferir na capacidade de concentração, raciocínio e convívio social.

Assim, é importante entender que não se trata apenas da TPM, que ocorre alguns dias antes da menstruação. Trata-se des três fases que formam esse ciclo: fase folicular, ovulatória e lútea.

Veja a seguir como o corpo e a mente da mulher se comportam em cada uma delas:

Fase folicular: a fase do “sentir-se bem” 

A fase folicular do seu ciclo começa no dia em que se inicia a menstruação. Em geral, ele dura entre 10 e 14 dias. Durante esse tempo, o hormônio estradiol começa a subir.

Nessa fase, o hormônio folículo-estimulante (FSH) é secretado, estimulando a produção de folículos nos ovários que contêm óvulos.

É provável que este seja o seu momento “feliz” do mês, pois essas duas semanas são geralmente boas, emocionalmente falando, comparadas com o que você sente em relação ao final do ciclo.

Quando estamos na fase folicular do ciclo menstrual, podemos exibir uma atividade cerebral positiva maior. Ficamos mais estimuladas a trabalhar e fazer atividades estressantes sem sentir tanto o peso delas. já que o aumento de estradiol ajudar a conter os efeitos dos hormônios do estresse – adrenalina e cortisol – e isso também ajudar a preservar um humor mais feliz.

Fase ovulatória: a fase do “sentir-se sexy” 

Durante a fase ovulatória, uma substância chamada hormônio luteinizante aumenta. Esse hormônio estimula a liberação do óvulo nas trompas de falópio para que seja fertilizado. É o que chamamos de “período fértil”.

O estradiol está presente em quantidades significativas na época da ovulação e pode interagir com outros hormônios para aumentar sua libido.

Na fase ovulatória, o estradiol torna-se uma espécie de insulina. Então, a insulina diz ao organismo para liberar mais testosterona, e é justamente esse um dos hormônios que regulam o desejo sexual.

Para alguns especialistas, essa pode ser a maneira natural que o organismo tem de incentivar as mulheres a fazer sexo durante o seu período mais fértil.

É nessa fase, também, que podemos nos sentir mais propensas a comprar roupas, maquiagens, ir ao esteticista… enfim, tudo que está disponível no mercado para que nos sintamos mais atraentes salta aos nossos olhos e passa a ser considerado necessário.

Fase lútea: a TPM

Após a ovulação, o folículo vazio, que antes continha o óvulo, começa a secretar o hormônio progesterona para engrossar o revestimento do útero e prepará-lo para a possível implantação de um embrião.

À medida que os níveis de progesterona aumentam, podemos começar a nos sentir mais mal-humoradas. Isso acontece porque a progesterona ajuda o corpo a produzir cortisol, um hormônio que tende ser mais presente em pessoas estressadas, ou que leva a um quadro de estresse quando suas quantidades são elevadas.

Se os níveis de cortisol já estiverem alterados por causa de fatores externos, como uma semana de trabalho agitada, por exemplo, a progesterona pode causar um excesso prejudicial de cortisol no organismo.

E é aí que a avalanche de sentimentos vem e pode fazer com que você precise buscar algum conforto para se sentir melhor. O mais comum desses “pequenos confortos” é o chocolate, que quase todas as mulheres consomem nesses dias meio chatos.

Durante a TPM, podemos apresentar vários comportamentos, mas os mais conhecidos são:

  • tristeza;
  • mudanças repentinas de humor;
  • crises de choro;
  • irritabilidade;
  • pouco ou muito sono;
  • dificuldade de concentração;
  • raciocínio lento;
  • desinteresse em atividades cotidianas;
  • cansaço físico e mental;
  • falta de energia.

Ciclo menstrual e seus sintomas

Além, é claro, dos sintomas físicos como dores de cabeça, cólicas, enjoos, queda de pressão e inchaço devido à retenção de líquidos – e esses são apenas os sintomas mais clássicos.

Durante essa fase estamos muito mais propensas a ingerir alimentos altamente calóricos, como forma de compensação para o estresse gerado naturalmente no corpo.

Embora os sintomas desagradáveis da fase lútea possam ser difíceis de lidar, um estilo de vida mais saudável, com exercícios e refeições menos calóricas e ricas em nutrientes, pode ser um grande aliado para que possamos lidar melhor com essa fase sombria.

Entendendo o seu ciclo menstrual

O ciclo menstrual dura em torno de 28 dias, podendo variar de mulher para mulher. Em maior ou menor grau, todas estão suscetíveis ao hormônios e à forma como atuam em cada fase, tanto no corpo físico quanto em nossa área psíquica.

Por conta disso, praticar o autoconhecimento e aprender a reconhecer seu comportamento em cada fase do ciclo menstrual é fundamental para ter os cuidados certos com a saúde mental.

A partir do momento em que você for capaz de identificar em que fase do seu período menstrual está, você será capaz de se preparar e buscar alternativas para que cada uma dessas fases hormonais não tome as rédeas do seu comportamento como um todo.

Uma boa dica é utilizar algum aplicativo para smartphone que ajude a acompanhar seu ciclo. Existem diversos tipos de app de controle. Neles é possível anotar os sintomas a cada dia. Ou seja, marcar a data de início da menstruação e, com base nesses dados, ter acesso às possíveis datas de ovulação, fase lútea e pré-menstrual.

Dessa forma, logo você será capaz de reconhecer naturalmente seu comportamento e entender de onde vem o mau humor, a irritabilidade, a fadiga, podendo, inclusive, observar possíveis sintomas fora do comum para procurar um médico, se achar necessário.

Síndrome pré-menstrual: já ouviu falar em TDPM?

A síndrome pré-menstrual, chamada também de Transtorno Disfórico Pré-menstrual é um tipo de TPM potencializada, mas que apresenta sinais mais fortes de depressão. Tanto que a sigla é parecida, e o D de “disfórico” incluído se refere ao sentimento contrário à euforia.

O TDPM atinge entre 7% e 10% das mulheres, e pode ter consequências graves se não for reconhecido e tratado, já que traz uma combinação de sintomas físicos, emocionais e comportamentais que costumam surgir de uma a duas semanas antes da menstruação, dando a impressão de que o ciclo menstrual possui “duas TPMs”.

A síndrome apresenta quase uma centena de sintomas, e entre os mais comuns estão:

  • irritabilidade;
  • depressão;
  • ansiedade;
  • fadiga;
  • sensação de perda de controle;
  • dificuldade de concentração;
  • aumento de apetite com desejo maior por certos alimentos;
  • seios doloridos;
  • aumento de volume abdominal.

A principal causa da síndrome é a alteração na comunicação de certos neurotransmissores como a serotonina, por exemplo. Juntos, esses sintomas e a forma severa como se manifestam podem atrapalhar completamente a vida da mulher que sofre com TDPM.

Nesses casos, o tratamento médico é indispensável, assim como a psicoterapia. Poderão ser ministrados contraceptivos orais, analgésicos, suplementação de vitaminas e minerais e, principalmente, antidepressivos e ansiolíticos.

Mudanças na alimentação e a prática de atividade física são altamente recomendadas e necessárias também, pois ajudam a regular os hormônios e os neurotransmissores que esteja apresentando alteração.

De toda forma, consultar regularmente o ginecologista e fazer um acompanhamento psicológico são atitudes fundamentais para controlar o ciclo menstrual e não permitir que ele controle sua vida!

 

Fonte: vittude

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