Cólica menstrual: veja causas, sintomas e tratamentos

A cólica menstrual, chamada cientificamente de dismenorreia, é caracterizada por uma dor no “pé da barriga” durante a menstruação, e pode vir acompanhada de náusea, diarreia e dor de cabeça. De acordo com dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o sintoma afeta aproximadamente 50% das mulheres em idade reprodutiva, sendo que 10% delas apresentam desconfortos tão fortes que as impossibilitam de realizar atividades cotidianas.

As cólicas menstruais estão associadas ao aumento dos níveis de prostaglandinas no organismo, substâncias químicas que fazem os músculos uterinos se contraírem e relaxarem, provocando cólica, para expulsar o endométrio durante a menstruação. As diferentes intensidades do sintoma podem aparecer logo quando as mulheres começam a menstruar, ainda quando adolescentes, ou quando já estão mais maduras.

Cólica mais comum

O tipo mais comum de dor menstrual é a dismenorreia primária, que tem como causa principal o excesso de prostaglandinas no útero. A dor pode começar um ou dois dias antes do ciclo menstrual e, normalmente, costuma continuar por cerca de três dias após o seu início, momento em que o fluxo de sangue é maior.

Segundo a ginecologista do Grupo Fleury Maria Cristina Meniconi, há mulheres que sentem desconforto em todo o ciclo e, neste caso, é recomendado buscar orientação médica e evitar automedicação. Anticoncepcional pode ser indicado, pois reduz o volume da menstruação, mas precisa ser receitado pelo profissional.

Cólica mais intensa

Já a dismenorreia secundária causa dores mais intensas. Suas causas podem ser explicadas por alterações como a endometriose, os miomas uterinos, os cistos de ovário e infecções, entre outros. Esse tipo de cólica comumente começa na idade adulta e tem caráter hereditário.

O que é endometriose?

A endometriose é uma doença inflamatória com diagnóstico demorado, principalmente porque os primeiros sintomas são encarados como algo natural para muitas mulheres. Todos os meses, o endométrio (tecido que reveste a parte interna do útero) se espessa para que possa receber um óvulo fecundado. Quando a mulher não engravida, esse tecido descama e é descartado na menstruação, junto com sangue. No entanto, em certas situações este tecido não é totalmente eliminado, volta pelas trompas, e se aloja nos ovários, intestino e bexiga, gerando, então, a endometriose.

Meniconi aponta que dores fortes ou que não cessam com remédios durante a menstruação devem ser investigadas junto a um ginecologista, através de exames de ultrassom com preparo intestinal ou ressonância magnética. Segundo ela, a paciente diagnosticada com a patologia deve ainda fazer acompanhamento médico a cada três meses, pois, na maioria das vezes, o caso é tratado com medicamentos anti-inflamatórios.

Em alguns casos, é possível que o ginecologista opte por suspender a menstruação, com anticoncepcional de uso contínuo ou dispositivos intrauterinos (DIUs), ou ainda realizar tratamento cirúrgico. Meniconi explica que a ação de menstruar não é prejudicial, desde que feita com acompanhamento médico. O tratamento irregular pode fazer com que a endometriose volte.

Dicas para amenizar a cólica menstrual

A ginecologista Maria Cristina Meniconi aponta quatro maneiras de amenizar a cólica:

  • Compressas quentes

Colocar uma bolsa de água quente na região abdominal é uma alternativa para amenizar a dor. O calor provoca a dilatação dos vasos sanguíneos, levando à diminuição da dor.

  • Exercícios físicos

Praticar atividades físicas de baixa intensidade pode ser bastante positivo. Aposte em alongamento, yoga, caminhada ou andar de bicicleta.

  • Antiespasmódicos

Antiespasmódicos são remédios que inibem a motilidade da musculatura visceral. O efeito produzido é o de prevenir a ocorrência de espasmos no estômago, intestino, útero ou bexiga. A ginecologista aponta que esses remédios podem ser encontrados em farmácias e comprados sem receita médica, no entanto alerta para as dosagens em quantidades elevadas. O ideal é que sejam tomados remédios habituais, em pequenas doses e respeitando o espaço de tempo indicado na bula. Caso a cólica permaneça, é indicado marcar uma consulta para que o profissional avalie o caso. Anticoncepcionais apenas com recomendação médica.

  • Consulta ginecológica regular

É preciso ir ao ginecologista pelo menos uma vez no ano, para realizar todos os exames de acordo com a faixa etária da mulher.

Saiba como diferenciar de outros tipos de cólica

Se a sua menstruação ainda está longe de chegar, mas você apresenta sinais de cólica, é possível que seja o mesmo sintoma associado a diferentes estímulos do organismo. Outros exemplos de cólica são:

Cólica intestinal

A cólica intestinal é uma dor de leve a moderada que acontece no “pé da barriga” ou difusamente pelo abdome, provocando incômodos. Sucede, em grande parte dos casos, por alimentação inadequada, gases intestinais e baixa ingestão de fibras. Mas, além desses fatores, o problema também surge em função de doenças e infecções, ou pode ser o sintoma isolado de alguma patologia no intestino.

Cólica renal

A cólica renal é uma dor muito intensa que surge repentinamente na região lombar de um dos lados e pode irradiar para abdome, testículos e para vagina. Normalmente é associada a náuseas e vômitos. O sintoma significa que um cálculo está obstruindo o trânsito da urina dos rins para a bexiga. Isto gera acúmulo de urina no rim, aumento de pressão e consequente dor intensa. Habitualmente é necessária a ida ao pronto-atendimento para analgesia e controle da dor.

Referências: Ginecologista Maria Cristina Meniconi, do Grupo Fleury; Ministério da Saúde; Hospital Sírio-Libanês; Farmacêutica Pfizer; Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

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