A francesa Pauline Jaricot, beatificada pelo Papa Francisco em 2022, era comumente descrita como alguém com problema cardíacos, como arritmia ou insuficiência cardíaca, por exemplo. No entanto, pesquisadores examinaram o coração preservado da beata do século XIX e não identificaram nenhum tipo de dano por doença no coração. A descoberta foi publicada no periódico Internacional Journal of Molecular Sciences.
A beata faleceu em 9 de janeiro de 1862 e o coração dela foi levado para a arquidiocese de Lyon, na França, em 1889, e depois para a igreja de Saint-Polycarpe, onde permanece desde então. Segundo informações da revista Galileu, a igreja Católica pediu que os cientistas examinassem o órgão da santa. A ausência de evidências de doença cardíaca, para os religiosos, sugere que Pauline passou por um “milagre”, sendo curada durante uma visita do Papa Gregório XVI, em 1837.
“O coração ainda era bastante identificável, com certas áreas anatômicas reconhecíveis. A face voltada para a concha superior do relicário apresentava depósitos de adipocere, processo de transformação de certos tecidos orgânicos que contribui para sua preservação a longo prazo”, descreveram os cientistas.
“Não encontramos nenhuma evidência em favor de uma origem cardíaca para a morte, nem qualquer elemento responsável pela hipótese de tuberculose ou tumoral. Embora a aspergilose pulmonar seguida de disseminação fúngica post mortem – como o coração foi extraído do tórax – permaneça uma possibilidade, consideramos fungos e bactérias recuperados como contaminação ambiental. Nossa posição é que as culturas fúngicas se desenvolveram sob condições particularmente favoráveis de temperatura, umidade, pH e ambiente nutritivo. Esta é a contaminação superficial, não presente e não patogênica durante a vida de Pauline Jaricot”, emendaram os pesquisadores.
O exame foi conduzido por pesquisadores do Museu de Quai Branly, da Universidade Paris-Saclay e Universidade Paris Cité. O estudo pode ser acessado na íntegra neste link.
Fonte: Correio Braziliense