Covid-19: o que são anticorpos IgM, IgG, IgA e o que eles significam?

Com a pandemia de Covid-19, aumentou a demanda por testes que identifiquem a presença de anticorpos contra a doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2. Também conhecidos como imunoglobulinas, os anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para defender nosso organismo. Eles estão presentes na corrente sanguínea, na medula óssea, nas mucosas e membranas e nos demais fluidos corporais.

Cada anticorpo é único para cada espécie de microrganismo – eles se ligam à estrutura do antígeno, servindo como um sinal para que o sistema imune entre em ação e elimine o invasor.

As imunoglobulinas são divididas em cinco tipos: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. E cada uma delas atua em locais e momentos da infecção diferentes:

Imunoglobulina A: presente principalmente nas mucosas que revestem vias respiratórias e trato intestinal, além de saliva e lágrimas.

Imunoglobulina D: corresponde a 0,25% das proteínas do plasma, suas funções ainda são pouco compreendidas pela ciência.

Imunoglobulina E: encontrada nos pulmões, na pele e nas membranas das mucosas, está associada às reações alérgicas promovidas pelo sistema imunológico.

Imunoglobulina G: é o tipo mais abundante. Encontrada em todos os fluidos corporais, atua na proteção de longo prazo contra doenças.

Imunoglobulina M: primeiro anticorpo a ser produzido para combater uma nova infecção, está presente no sangue e no fluido linfático.

No caso da Covid-19, o principal foco dos testes são as imunoglobulinas G e M (IgG e IgM). Há dois principais tipos de testes que identificam a presença desses anticorpos contra o coronavírus: o de antígeno e os sorológicos (de sangue).

Embora os exames sorológicos avaliem a presença de anticorpos totais, eles não servem para verificar a presença do vírus no corpo no momento da coleta, e sim para identificar se houve produção de anticorpos após a contaminação. A recomendação é que a análise sanguínea seja feita entre 10 e 20 dias após o início dos sintomas.

Testes rápidos de antígeno da Covid-19 foram incluídos na lista de cobertura obrigatória dos planos de saúde (Foto: Claudio Vieira/PMSJC)
A coleta dos testes de antígenos pode tanto ser feita a partir do swab nasal quanto de uma pequena amostra de sangue (Foto: Claudio Vieira/PMSJC)

Já os testes rápidos (de antígeno), se feitos no tempo ideal — quatro dias após o contato com alguma pessoa infectada ou cerca de três dias após o início dos sintomas —, o resultado sugere em qual estágio da doença o paciente se encontra. A coleta pode tanto ser feita a partir do swab nasal quanto de uma pequena amostra de sangue. Nesse caso, funciona como um exame para medir a glicose, a partir de uma picada no dedo.

O que indicam os resultados:

– Negativo para IgM e IgG aponta que a pessoa não está doente no momento do teste;
– IgM e IgG reagentes (positivos) indicam uma infecção recente, mas em que o IgG já começou a desenvolver alguma imunidade contra o antígeno;
– IgM reagente e IgG negativo representa a fase ativa da infecção viral, na qual o corpo recém começou a resposta imunológica;
– IgM negativo e IgG reagente indica que o indivíduo já foi exposto ao antígeno, o que pode ter sido por infecção passada ou vacinação.

Vale lembrar que esses testes não dispensam um exame mais preciso para confirmar a infecção. O teste molecular RT-PCR, que identifica o material genético do vírus, é considerado o padrão ouro para o diagnóstico da Covid-19.

Comments are closed.

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More

Privacy & Cookies Policy