DTM pode causar enxaqueca? Entenda diagnóstico da Virginia Fonseca e veja sintomas

A disfunção temporomandibular, ou simplesmente DTM, é uma condição causada por alterações na articulação temporomandibular, que liga o maxilar ao crânio e permite mastigar e falar. Recentemente, a influenciadora Virginia Fonseca revelou que foi diagnosticada com o problema. No ano passado, Jade Picon também disse sofrer da mesma condição. Não é coincidência. Na verdade, a DTM é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens.

 

 

Existem três tipos principais de DTM: a muscular, a articular e a mista. Não há uma causa definida para a condição, mas alguns fatores aumentam o risco, como estresse, predisposição genética, desequilíbrios ou alterações hormonais, lesão na mandíbula, postura errada, artrite, bruxismo (apertamento ou ranger dos dentes), apoiar a mão na mandíbula com frequência, roer as unhas, mascar chiclete, traumas e até mesmo ansiedade e depressão.

Os sintomas afetam os músculos, a mandíbula e os nervos. Eles podem ocorrer dos dois lados da face ou em apenas um. A dor de cabeça é um dos sintomas associados à condição, pois a dor e a tensão da DTM podem se espalhar para a cabeça, causando a dor associada à condição. Muitas pessoas descrevem as dores de cabeça associadas à ATM como aguda e persistente, que piora ao mastigar ou falar.

 

A enxaqueca em si, que é um tipo específico de dor de cabeça, não é causada pela DTM, mas a disfunção pode piorar a dor ou desencadear crises. De acordo com a Sociedade Brasileira de DTM e Dor Orofacial (SBDOF), é bastante comum que as enxaquecas e as DTMs aconteçam simultaneamente.

Um estudo publicado em 2017 pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP concluiu que quanto mais frequente for a enxaqueca, mais severos serão os sintomas de DTM, como dificuldade de mastigação e tensão na articulação temporomandibular. A justificativa para essa associação pode estar nos níveis mais elevados de sensibilização dos pacientes.

 

 

Outros sintomas da DTM são:

  • Dor de cabeça ou enxaqueca;
  • Dor orofacial (dentes, boca e maxilares);
  • Dor e zumbido no ouvido;
  • Dor no fundo dos olhos;
  • Estalos e limitação dos movimentos da mandíbula, como travamentos ou dificuldade para abrir e fechar a boca;
  • Dor, sensibilidade e inflamação na face, mandíbula e pescoço;
  • Limitação de movimento no pescoço (“travamento”);
  • Incompatibilidade entre os dentes superiores e inferiores ao fechar a mandíbula;
  • Músculos rígidos da mandíbula;
  • Dor no ombro;
  • Tontura;
  • Perda de audição.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico da condição é geralmente realizada por um cirurgião bucomaxilofacial, após o paciente relatar os sintomas. Há também dentistas especializados em DTM e dor facial. Em alguns casos, podem ser solicitados exames de imagem como tomografia e ressonância magnética.

Tratamento

 

O tratamento varia de acordo com os sintomas, a intensidade da dor e a causa do sintoma. Por exemplo, nos casos de bruxismo, pode haver necessidade de usar uma placa estabilizadora para dormir e, em casos de bruxismo de vigília, até mesmo durante o dia. Isso ajuda a estabilizar a articulação, protege os dentes e diminui o bruxismo.

Fisioterapia, acupuntura, psicoterapia, gerenciamento do estresse e medicamentos para controle da dor também podem ser indicados, a depender do caso. Quadros mais graves podem se beneficiar de terapias minimamente invasivas, como infiltração de ácido hialurônico ou aplicação de toxina botulínica. Raramente, a cirurgia é recomendada como tratamento da DTM.

Em períodos de crise, o paciente é aconselhado a realizar uma dieta com alimentos macios e comer devagar. Compressas de calor também ajudam a reduzir a dor. No geral, pessoas com DTM são aconselhadas a reduzir a abertura da boca, não roer as unhas, não mascar chicletes e não apoiar a mão na mandíbula com frequência.

Fonte: O Globo

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