Em 46 anos, contagem de espermatozoides caiu mais de 50% no mundo

A fertilidade de humanos do sexo masculino está em declínio. É o que aponta um estudo publicado nesta terça-feira (15) no periódico Human Reproduction Update e conduzido por um time internacional de pesquisadores.

A partir de uma meta-análise de 223 estudos, a pesquisa constatou uma queda generalizada na contagem de espermatozoides em todo o mundo. “No geral, estamos vendo um declínio mundial significativo na contagem de esperma de mais de 50% nos últimos 46 anos e que se acelerou nos últimos anos”, alerta, em nota, Hagai Levine, líder do estudo e professor da Escola Hadassah Braun de Saúde Pública da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Os pesquisadores se debruçaram sobre estudos e dados de 53 países, além de coletarem informações adicionais ao longo de sete anos, 2011 e 2018. A contagem de amostras de esperma nos estudos revisados partiram do ano de 1973 até 2018, e focam em áreas que não foram estudadas com profundidade anteriormente: América do Sul, Ásia e África.

Os autores notaram que os homens residentes nesses continentes sofreram um declínio significativo na contagem total de esperma e na concentração de esperma em comparação com homens oriundos da América do Norte, Europa e Austrália.

A contagem de esperma não é apenas um indicador da fertilidade humana, mas também da saúde masculina. Números muito baixos podem estar ligados a problemas como síndrome de disgenesia testicular, doenças crônicas e baixa expectativa de vida.

“Os preocupantes declínios na concentração de esperma masculino e na contagem total de esperma em mais de 1% a cada ano, conforme relatado em nosso artigo, são consistentes com tendências adversas em outros resultados de saúde masculina, como câncer testicular, interrupção hormonal e defeitos congênitos genitais, bem como declínio na saúde reprodutiva feminina”, adverte Shanna Swan, que coliderou o estudo junto a Levine.

A análise também aponta que, em escala global, houve um declínio tanto de concentração quanto de contagem total de esperma após os anos 2000. As causas, porém, ainda não foram identificadas. Segundo os autores, o problema pode estar ligado a questões ambientais e de estilo de vida, impactando a fertilidade antes mesmo do nascimento. “Escolhas de estilo de vida e produtos químicos no ambiente estão afetando negativamente o desenvolvimento fetal”, alerta Levine.

Para os pesquisadores, a baixa contagem de esperma pode ameaçar a sobrevivência da humanidade. ”Pedimos urgentemente uma ação global para promover ambientes mais saudáveis ​​para todas as espécies e reduzir as exposições e comportamentos que ameaçam nossa saúde reprodutiva”, clama o cientista de Israel.

Fonte: Revista Galileu

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