Estresse está associado a maior risco de pegar Covid-19, sugere estudo

Além de impor uma emergência sanitária e econômica, a pandemia da Covid-19 fez crescer também os casos de depressão, ansiedade e estresse. Um estudo publicado no início de janeiro no jornal Annals of Behavioral Medicine sugere que o impacto destes transtornos pode ser maior do que se imaginava. Segundo pesquisadores, quem experimentou maior sofrimento psicológico no início da pandemia também teve maior risco de pegar Covid-19 e desenvolver sintomas mais graves.

A equipe envolvida no estudo acompanhou quase 1,1 mil adultos a partir do início de 2020, primeiro ano da pandemia. Até abril, os voluntários foram observados e responderam a pesquisas sobre os impactos psicológicos que vinham sofrendo. Depois disso, até dezembro de 2020, os pesquisadores acompanharam a incidência de casos da Covid-19 entre o grupo e a gravidade dos sintomas.

Além da observação dos voluntários, também foram levados em conta fatores demográficos ou ocupacionais que pudessem impactar nos resultados. A conclusão foi que as pessoas que apresentavam maior sofrimento psíquico nos primeiros meses de pandemia também foram as mais afetadas pelo vírus.

“O significado do trabalho é que ele vira o debate sobre os aspectos de saúde mental da pandemia. Nossos dados mostram que o aumento do estresse, ansiedade e depressão não são apenas consequências de viver com a pandemia, mas também podem ser fatores que aumentam nosso risco de contrair Sars-CoV-2”, afirmou em nota Kavita Vedhara, professora da Escola de Medicina da Universidade de Nottingham que liderou o estudo.

A pesquisa confirma uma tendência já observada em estudos anteriores, que mostravam uma associação entre fatores psicológicos e a suscetibilidade a outras doenças respiratórias virais. Agora, há evidências de que o mesmo acontece em relação à Covid-19.

Segundo a líder do estudo, os sistemas de saúde precisam pensar novas políticas públicas que levem em conta o fato de que pessoas que sofrem de distúrbios psíquicos também estão mais vulneráveis a se infectar e manifestar sintomas graves da doença.

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