Estudo aponta que variante Delta é a mais contagiosa

Um estudo que teve participação de pesquisadores ligados à Organização Mundial de Saúde (OMS) e ao Imperial College sugere que a variante Delta do novo coronavírus é a mais contagiosa entre todas as cepas já sequenciadas.

Os pesquisadores identificaram uma “clara vantagem competitiva” da cepa originária da Índia em comparação com as outras mutações da Covid-19. De acordo com o estudo, a variante Delta tem transmissibilidade 97% maior do que a cepa original do coronavírus, que teve origem na China.

“Também comparamos os números de reprodução efetiva dessa variante com cada uma, a fim de estimar a natureza do crescimento competitivo futuro entre elas. Dessa forma, a variante delta tem uma taxa de transmissão 55% maior do que a Alpha, 60% em comparação com a Beta e 34% com a variante Gamma”, explica um trecho da pesquisa.

O chefe da infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime, explicou à CNN, nesta sexta-feira (16), quais sãos as reais consequências de um vírus com maior poder de transmissão.

“É um vírus totalmente adaptado, que é transmitido de forma rápida, e provavelmente vai substituir todas as outras variantes em um curto período de tempo. Vamos ter mais casos de Covid-19 por conta da variante Delta, caso a gente não melhore as medidas sanitárias e aumente a velocidade da vacinação”, destacou o médico.

Alexandre Naime disse, todavia, que as vacinas já desenvolvidas contra Covid-19 são eficazes contra a variante indiana.

“Não sabemos se a variante Delta é mais virulenta do que as outras, se ela causa quadros mais graves nos pacientes que se contaminem com ela. E aparentemente não se perde o efeito das vacinas, todas os imunizantes têm uma boa eficácia contra a variante delta”, finalizou.

Cidade do Rio identifica três casos da nova cepa

A Prefeitura do Rio de Janeiro identificou, nesta sexta-feira (16), mais cinco novos casos da variante Delta do novo coronavírus, após sequenciamento genômico. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já registra sete contaminações pela variante originária da Índia.

De acordo com a SMS, a variante Delta foi detectada em um homem de 25 anos, morador de Manguinhos, zona norte do Rio, e outras três mulheres de 29, 65 e 47 anos, residentes em Campo Grande, Bangu e Santíssimo, na zona oeste da cidade. Todos os infectados já estão curados.

Os outros três casos identificados anteriormente na capital são os de uma mulher de 72 anos, moradora de Campo Grande, bairro da zona oeste, e de dois homens, um de 27 anos, residente de Olaria, na zona norte, e outro de 30, morador da Ilha de Paquetá.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que a variante Delta é “muito mais veloz” em relação às outras cepas. Ele destacou que o risco da mutação é conseguir ultrapassar a proteção fornecida pelas vacinas.

“Qual é o nosso principal risco quando a gente fala de variantes? Elas conseguirem ultrapassar a barreira da vacina. Nossa preocupação é ter alguma variante que as vacinas não tenham uma cobertura adequada, principalmente para internação e óbito. Algumas variantes, como a Delta, já circulam em outros países. A gente já sabe que ela tem uma capacidade de transmitir muito mais veloz que as demais, e há a hipótese de que seja menos letal e cause menos casos graves”, ressaltou Soranz.

A Prefeitura esclareceu ainda que monitora pelo menos 23 pessoas que tiveram contato com os contaminados pela mutação.

Ao todo, no estado do Rio, são onze pessoas contaminadas pela variante delta e aproximadamente 40 pessoas monitoradas. Todos estão curados.

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