Estudo investiga a relação entre atividade física e incontinência urinária

Um estudo realizado pela Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, investigou a associação da atividade física de alta intensidade praticada por mulheres na meia-idade com sintomas de distúrbios do assoalho pélvico, como a incontinência urinária de esforço, incontinência fecal e constipação. Esses distúrbios são mais prováveis de ocorrer à medida que as mulheres se aproximam da menopausa e, além das alterações hormonais, o envelhecimento natural do tecido conjuntivo e estilo de vida são fatores que aumentam a pressão na cavidade abdominal.

Sem o devido acompanhamento profissional, os exercícios físicos podem provocar efeitos contrários aos esperados. “A atividade física tem muitos benefícios para a saúde, no entanto, seus benefícios relativos à capacidade funcional do assoalho pélvico têm sido questionados. Embora o exercício fortaleça os músculos do assoalho pélvico, também pode sobrecarregar e alongar os músculos”, explica a pesquisadora Mari Kuutti.

A pesquisa, feita com mais de mil mulheres entre 47 e 55 anos de idade, identificou que mais da metade das participantes apresentavam sintomas de incontinência urinária de esforço, que é quando há perda involuntária de urina durante práticas de exercícios ou ao tossir. No entanto, essa condição não foi associada ao histórico de esportes competitivos pelas participantes do estudo.

“Mulheres de meia-idade com histórico de esportes competitivos no início da idade adulta eram mais propensas a apresentar sintomas de incontinência urinária de urgência, mas não sintomas de incontinência urinária de esforço, incontinência fecal, constipação ou dificuldades de defecação ou prolapso de órgãos pélvicos. Além disso, as mulheres com histórico de atividade física regular eram mais propensas a apresentar sintomas de incontinência fecal, mas nenhum outro sintoma de distúrbios do assoalho pélvico”, resumiu a Kuutti.

Entretanto, a pesquisadora ressaltou que distúrbios do assoalho pélvico podem ser prevenidos e a consciência corporal, assim como o acampanhamento profissional, podem contribuir para a melhora da saúde feminina. “Distúrbios do assoalho pélvico podem ser prevenidos e reabilitados, portanto, não há necessidade de ter vergonha de procurar ajuda profissional. Exercitar-se de acordo com um programa de exercícios personalizado feito por um fisioterapeuta é seguro e eficaz”, conclui Mari Kuutti.

A pesquisa foi publicada no periódico BJOG An International Journal of Obstetrics & Gynecology e pode ser acessada na íntegra neste link.

Fonte: Correio Braziliense

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