Homem morre eletrocutado após usar massageador sexual

sexualidade humana pode ser vivenciada de formas amplas e distintas pelas pessoas. Nesse contexto, há um espectro variável de padrões de comportamento e interações entre os indivíduos. Categorizar de maneira objetiva o que é “aceitável” ou “desviante” no campo da sexualidade é um desafio.

Na perspectiva médica, o comportamento sexual fora do padrão, também chamado de parafilia, pode incluir qualquer atividade motivada com reflexos negativos para a saúde ou à morte não intencional.

Em um artigo científico, publicado no periódico Legal Medicine, pesquisadores descrevem um caso de parafilias múltiplas, que levaram à morte de um homem de 30 anos.

No artigo, os especialistas citam ao menos quatro tipos de práticas sexuais, incluindo duas potencialmente fatais, como o envolvimento corporal (body wrapping) e a inserção de objeto no ânus, e outras duas não letais, como autofetichismo e cross-dressing. No entanto, o óbito foi associado a uma outra atividade: a estimulação da parte inferior do abdômen com um massageador elétrico, que entrou em curto-circuito e provocou um choque fatal.

Circunstâncias da morte

O artigo relata que os pais da vítima entraram em contato com os bombeiros depois que o filho, que morava no mesmo apartamento que eles, não abriu a porta trancada do quarto, apesar de terem batido por muito tempo.

Depois de arrombar a porta, os bombeiros localizaram um homem sem vida em posição reclinada no chão. O homem usava um maiô feminino de uma peça, e seus membros inferiores, tronco e pescoço estavam bem envoltos em tiras de plástico e tecido.

Os pesquisadores afirmam que a prática sexual solitária pode contar com o uso de diversos tipos de dispositivos, aparelhos e adereços, além de produtos químicos, tanto para estimular a imaginação sexual como para aumentar a excitação. No entanto, em alguns casos, os recursos podem levar à morte de maneira não intencional.

De acordo com o estudo, o caso apresentado ilustrou dois pontos principais – a parafilia pode ser combinada para formar a síndrome parafílica múltipla, e o resultado fatal pode resultar não apenas de mecanismos aplicados, mas também de complicação ou evento coincidente, como o curto-circuito que levou à eletrocussão.

Riscos das parafilias

Padrões de comportamento sexual envolvendo práticas sexuais incomuns e socialmente inaceitáveis são classificados como parafilias.

A quinta edição do Manual de Diagnóstico de Transtornos Mentais define parafilia como impulsos sexuais intensos e persistentes, exceto o interesse sexual em estimulação genital ou carícias preliminares com parceiros humanos consentidos, fenotipicamente normais, fisiologicamente maduros.

Na literatura profissional, existem pelo menos 500 tipos ou variantes de parafilia, muitos dos quais podem resultar, seja em um cenário solitário ou assistido, em um desfecho fatal.

A maioria das pessoas com interesses sexuais atípicos não tem transtorno mental, de acordo com a American Psychiatric Association. Para ser diagnosticado com um transtorno parafílico, o DSM-5 considera que as pessoas tenham os seguintes interesses:

Sentir angústia pessoal sobre seu interesse, não apenas angústia resultante da desaprovação da sociedade; ou ter um desejo ou comportamento sexual que envolva sofrimento psicológico, lesão ou morte de outra pessoa, ou um desejo de comportamentos sexuais envolvendo pessoas relutantes ou incapazes de dar consentimento legal.

O capítulo do DSM-5 sobre transtornos parafílicos inclui oito condições definidas como transtorno: exibicionismo, frotteurismo (fricção dos órgãos genitais), pedofilia, masoquismo sexual, sadismo sexual, cross-dressing e voyeurismo.

Fonte: Lucas Rocha e Gabriele Koga, CNN

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