Hospital das Clínicas da FMUSP inaugura a mais moderna Unidade Clínica de Terapia Celular do SUS

O Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, ganhou nesta quinta-feira (10) a mais moderna UCTC – Unidade Clínica de Terapia Celular – do SUS.

A área localizada no 8º andar do Instituto Central do HC passa a contar com 10 quartos, com capacidade para 12 leitos, com tecnologia de ponta para atender pacientes com câncer e outras doenças do sangue que receberão tratamento com células-tronco.

Quatro quartos apresentam filtragem do ar com pressão positiva e antecâmaras para assistência dos casos mais graves – pacientes que ficam semanas sem nenhuma defesa do sistema imunológico, vulneráveis a infecções. Os demais quartos possuem filtragem do ar.

Com conceito inovador, a unidade receberá tecnologia pioneira no Serviço de Saúde do País para prevenção da infecção, principal obstáculo ao sucesso do tratamento. O sistema automatizado irá monitorar se o profissional higieniza ou não as mãos antes de examinar o paciente, com a ajuda de sensores. A medida “objetiva impedir a transmissão cruzada de microrganismos, uma das principais causadoras da infecção hospitalar”, explica o Prof. Vanderson Rocha, diretor do Serviço de Hematologia e Hemoterapia da Divisão Clínica Médica I e II do HC. Não por acaso, o serviço pioneiro no País é anunciado cinco dias após o Dia Mundial de Higiene das Mãos.

“Os pacientes hematológicos são muito frágeis, pegam doenças facilmente e não raro morrem por conta de infecções hospitalares. A reforma garante que eles não sejam atingidos por essas infecções e para melhorar o conforto das acomodações”, ressalta Vanderson.

O controle da nova instalação será rígido. Os quartos com antecâmaras e pressão positiva do ar, por exemplo, só irão liberar acesso do profissional que higienizar as mãos. Quando, por exemplo, o enfermeiro for lavar as mãos, um sensor de leitura de cartão a distância registrará a sua identificação. Em seguida, a torneira inteligente, com temporizador programado para 60 segundos, emitirá um sinal para o fecho eletromagnético da porta do quarto que, por sua vez, se destravará para o acesso do profissional.

Caso o profissional resolva encurtar o tempo de lavagem das mãos, preconizado pela Subcomissão de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto Central do HC, a porta não se destravará.

Nos demais quartos, o acesso será feito por intermédio do cartão de identificação de proximidade e liberação do fecho magnético.

“Nós precisamos construir o hospital do futuro. Mas construir o hospital do futuro não significa colocar um prédio abaixo e subir um novo, como é hábito. Podemos, sim, construir a partir de edificações antigas que podem ser renovadas. E não é surpreendente que essa ideia tenha partido do Vanderson, que possui uma experiência no exterior em um hospital de 400 anos e extremamente moderno”, destaca o Secretário de Saúde do Estado Marco Antonio Zago.

Após a entrega da obra, nesta quinta-feira, será iniciado o processo de isolamento do local, que inclui o fechamento da varanda e até a purificação do ar. Assim, visitas, mesmo monitoradas, não serão mais possíveis. A medida é fundamental para garantir a segurança dos pacientes.

O Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular realiza, em média mensal, 12 transplantes de células-tronco da medula óssea, do sangue periférico e do sangue de cordão umbilical provenientes do próprio paciente ou de doadores familiares e voluntários.

Os investimentos, de R$ 4 milhões de reais, contaram com doações da iniciativa privada, destacada por Zago como uma ação a servir de exemplo a outras empresas.

“Fico muito orgulhosa com a finalização desse projeto tão importante. Espero que essa iniciativa estimule outras empresas e pessoas a colaborarem com o Hospital das Clínicas e, por que não, reformar o complexo inteiro”, Leila Pereira, presidente da Crefisa, empresa responsável pela reforma.

Leilaconta que tomou conhecimento das deficiências do Serviço de Hematologia do Hospital após seu marido, José Roberto Lamacchia, fundador e presidente da Crefisa, ser acometido por um linfoma. “Os médicos que o atenderam nos mostraram como estava o HC e nos perguntaram se poderíamos ajudar na reforma do setor”, explica ela. Leila, então, aceitou prontamente e começou a investir no projeto de reforma.

Mais novidades

Outros dois quartos da UCTC, com 3 leitos, em enfermaria anexa, também receberam melhorias.

Ao todo, a unidade oferecerá 12 quartos, com 15 leitos, e infraestrutura necessária para um atendimento altamente qualificado e tratamento humanizado.

Os quartos foram equipados com sensores de presença que avisarão a enfermagem quando o paciente usar o banheiro, local onde é aumentado o risco de quedas. Todo o sistema de água tem tratamento especial.

Além disso, os quartos receberam monitores que, interligados ao posto de enfermagem, fornecerão as informações necessárias para a equipe médica e para o internado.

Os pontos de gases e tomadas foram instalados de forma discreta para que o paciente se sinta em ambiente mais acolhedor e aconchegante. Nesse mesmo sentido, monitores poderão ser utilizados como porta-retratos e para veiculação de informações educativas.

Os quartos apresentam ainda portas com vidros polarizados que mantêm a visualização por parte da enfermagem sem afetar a privacidade do paciente.

“Quando mudamos a infraestrutura, que é muito mais do que apenas a parte visual, nós transformamos a forma de trabalhar e de viver e a motivação das pessoas envolvidas”, reforça Eloisa Silva Dutra, diretora clínica do HC.

Fonte: SP Notícias

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