Labirintite. Você realmente sabe o que é?

A labirintite em si é uma doença rara e um termo usado erroneamente por muitas pessoas. “As pessoas costumam chamar qualquer distúrbio na região do ouvido interno de labirintite, quando o termo correto é “labirintopatia”, sendo que a labirintite é apenas um deles”, explica Carlos Piragine, otorrinolaringologista do Ambulatório Médico Especializado (AME) Idoso Sudeste.

Para entender o que é a labirintite, primeiro, vamos entender um pouco da anatomia do nosso ouvido. Ele é composto por três partes: externa, média e interna. A labirintite verdadeira é um processo inflamatório agudo que afeta o labirinto, também chamado de ouvido interno, comprometendo tanto a audição quanto o equilíbrio e podendo levar até mesmo a perda auditiva definitiva, além de zumbidos, plenitude auricular (que ocorre quando a pessoa percebe os sons de maneira abafada), vertigem, náusea, vômitos, distúrbios gastrointestinais, sudorese, entre outros. O diagnóstico é feito por avaliação clínica, exames laboratoriais e exames específicos, além de testes oculares e motores com diversos aparelhos.

O nome se popularizou e muita gente que tem sintomas relacionados ao equilíbrio acha que tem labirintite, mas nem sempre é o que acontece. O que a maioria das pessoas tem são sintomas labirínticos e não a labirintite em si.

Sintomas labirínticos

“Grande parte dos distúrbios de equilíbrio é desencadeada por problemas metabólicos provocados por doenças mais prevalentes na população, como hipertensão arterial sistêmica, colesterol alto, doenças hormonais, degenerativas, autoimunes, vasculares e até fatores emocionais”, explica o especialista.

Mas, como podemos diferenciar uma “crise de labirintite” de uma tontura, por exemplo, causada por qualquer outro motivo? “É preciso um exame clínico minucioso com uma anamnese bem feita, isso é o que permite separar um distúrbio de equilíbrio de origem otológica de uma causa não otológica”, explica o médico.

Os distúrbios de equilíbrio são muito mais frequentes em adultos e idosos, mas também podem se manifestar em crianças.

Duas das principais doenças do labirinto são a VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna), uma vertigem forte mas de curta duração, que geralmente aparece quando a pessoas realiza alguns movimentos, como deitar ou levantar da cama, abaixar ou virar a cabeça para trás e para cima, e a Doença de Meniére, que também é uma vertigem forte mas que pode durar horas ou até dias, sendo que as crises podem incluir sintomas como perda auditiva, náuseas e zumbidos.

O otorrinolaringologista explica que, de modo geral, pode-se dizer que a grande parte dos distúrbios de equilíbrio compensam e desaparecem, apesar de em determinados casos ficarem sequelas. “Para estabelecermos um tratamento, devemos ter um diagnóstico fechado, dependendo da etiologia que gerou o distúrbio de equilíbrio”, diz o médico, que cita ainda que o tratamentos possíveis podem ser medicamentosos, dentro ou fora das crises,cirúrgicos e de reabilitação vestibular, que busca restabelecer o equilíbrio do paciente.

Pode ser que os distúrbios de equilíbrio tenham causas emocionais, como ansiedade, estresse, depressão e outras doenças orgânicas que comprometem o Sistema Límbico. Nestes casos, pode haver a necessidade de acompanhamento profissional por psicólogos, psiquiatras e psicoterapeutas.

A prevenção dos sintomas labirínticos ocorre no sentido de impedir ou retardar ao máximo os distúrbios de equilíbrio provocados pelas diversas doenças que acometem o seu humano ao longo da vida. “Faz parte dessa prevenção uma alimentação equilibrada, sono adequado, evitar bebidas alcoólicas, tabaco, praticar atividades físicas, entre outras ações, ou seja, controlando de maneira adequada a doença que gera o distúrbio de equilíbrio, quando possível”, completa Carlos Piragine.

 

Fonte: SPDM

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