Lucas Vianna é socorrido por ambulância após passar mal pelo uso de cigarros eletrônicos; entenda os riscos dos dispositivos

O influenciador digital Lucas Vianna, campeão do reality show A Fazenda 11, da RecordTV, contou em sua rede social ter ido ao hospital após passar mal no último domingo devido ao uso de cigarros eletrônicos. No último mês, a cantora americana Doja Cat foi outra personalidade a desenvolver problemas de saúde pelo consumo excessivo dos dispositivos, quando precisou fazer uma cirurgia de emergência nas amígdalas. Especialistas alertam para os riscos dos aparelhos também conhecidos como vapes ou pods.

 

— Acabei de sair do pronto-socorro. Estava na festa e, de repente, me faltou ar de um jeito surreal. Não vinha nada, parecia que estava entupido de saliva. Não sei explicar. Tentava puxar, tentava puxar (o ar) e nada. Fui socorrido por uma ambulância e ali já me deram um aparelhinho de oxigênio. Tudo isso aconteceu por conta de cigarro eletrônico, vape — contou Lucas nos stories.

O influencer disse ainda que “a partir de hoje (o cigarro eletrônico) não fará mais parte da minha vida” e publicou, mais tarde, um story em que joga os dispositivos no lixo. Ele também aproveitou o episódio para alertar os seguidores, na maioria jovens, sobre os perigos dos aparelhos, que crescem no Brasil e preocupam especialistas.

 

 

E os relatos de consequências do uso não são poucos. O cantor Zé Neto contou, no final do ano passado, ter desenvolvido um problema no pulmão por causa do aparelho. Neste ano, a cantora Solange Almeida disse que, após ter deixado o cigarro convencional há 15 anos, aderiu ao modelo eletrônico no fim de 2020 e desenvolveu lesões pulmonares e crises de ansiedade pelo consumo.

Os problemas vêm à tona no momento em que a Anvisa realiza uma série de etapas referentes ao processo de análise para uma possível regularização dos vapes no Brasil, que têm a comercialização proibida desde 2009. Ainda assim, os cigarros eletrônicos circulam sem fiscalização e chegam a ser utilizados por cerca de 3% da população adulta brasileira, aponta o Datafolha.

Um grupo técnico da agência, no entanto, já se manifestou de forma contrária à liberação “devido a todos os riscos à saúde, tanto individuais quanto populacionais, comprovadamente causados pelos DEF (Dispositivo Eletrônico para Fumar) e à ausência da comprovação de benefícios que justificassem a sua utilização”. É também o posicionamento de instituições de saúde, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e a Fiocruz.

 

Entenda os riscos

 

Especialistas da área da saúde defendem que os riscos apresentados pelo modelo eletrônico são semelhantes ao do tradicional, como o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, infarto, câncer, entre outros.

Além disso, alertam que fatores como a facilidade no consumo – por não ter o incômodo da queima e contar com a adição de sabores – levam ao uso exacerbado, especialmente entre jovens, que estão aderindo à prática pela primeira vez por meio dos dispositivos.

 

Isso porque nos vapes há também doses elevadas de nicotina, que tornam as pessoas mais suscetíveis ao vício. Um estudo polonês publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health analisou usuários jovens de cigarros eletrônicos e de cigarros convencionais e constatou que os níveis de dependência da nicotina eram maiores no primeiro grupo.

Essa realidade foi observado pelo relatório Covitel, uma pesquisa com mais de 9 mil pessoas conduzida neste ano pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Os resultados mostraram que um a cada cinco jovens de 18 a 24 anos no Brasil já usaram os “vapes”.

Entre os riscos, há ainda a ocorrência da “Evali”, uma lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos descrita pela primeira vez nos Estados Unidos. Acredita-se que a causa seja ligada a determinados solventes e aditivos utilizados nos dispositivos, que provocariam uma reação inflamatória no órgão.

Fonte: O Globo

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