Manter-se hidratado pode ajudar a retardar o envelhecimento precoce, diz estudo

Adultos que não estão suficientemente hidratados podem envelhecer mais rápido, enfrentar um risco maior de doenças crônicas e ter maior probabilidade de morrer mais jovens do que aqueles que se bebem muito líquido. A conclusão é de um estudo feito pelo Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), baseado em dados de mais de 11 mil adultos, coletados ao longo de 25 anos.

Os participantes compareceram às suas primeiras consultas médicas com idades entre 45 e 66 anos e retornaram para acompanhamento dos 70 aos 90 anos. Os pesquisadores analisaram a associação entre os níveis séricos de sódio – que sobem quando a ingestão de líquidos diminui – e vários indicadores de saúde.

Todos os participantes do estudo tinham concentrações de sódio no sangue consideradas dentro da faixa normal: 135 a 146 milimoles por litro. Mas os resultados, publicados nesta segunda-feira na revista científica eBioMedicine, mostraram que os participantes com níveis no limite superior dessa faixa normal – acima de 144 milimoles por litro – envelheceram fisiologicamente mais rápido do que aqueles com níveis mais baixos.

De acordo com os pesquisadores, essas pessoas tinham 50% mais chances de mostrar sinais de envelhecimento físico, o que se refletiu em marcadores de saúde associados ao envelhecimento, como pressão alta, colesterol e açúcar no sangue. Adultos com níveis mais altos também tiveram um risco aproximadamente 20% maior de morte prematura.

Mesmo pessoas com níveis de sódio no sangue acima de 142 milimoles por litro apresentaram aumento de até 64% no risco de certas doenças crônicas, incluindo insuficiência cardíaca, derrame, doença pulmonar crônica, diabetes e demência, segundo o estudo. Por outro lado, adultos com níveis séricos de sódio entre 138-140 mEq/L tiveram o menor risco de desenvolver doença crônica.

 

 

“Os resultados sugerem que a hidratação adequada pode retardar o envelhecimento e prolongar uma vida livre de doenças”, disse Natalia Dmitrieva, autora do estudo e pesquisadora do Laboratório de Medicina Regenerativa Cardiovascular do Instituto Nacional de Sangue, Coração e Pulmão (NHLBI), parte do NIH.

Estudo anterior, realizado pela mesma equipe, descobriu que níveis elevados de sódio no sangue podem ser um fator de risco para insuficiência cardíaca. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para determinar se uma boa hidratação pode ajudar a retardar o envelhecimento, prevenir doenças ou levar a uma vida mais longa.

Como se trata de um estudo observacional, os pesquisadores ressaltam que não é possível confirmar um efeito causal entre a falta de hidratação e o risco desses problemas. Mesmo assim, a descoberta representa um início de evidência para informar a prática clínica e orientar o comportamento individual de saúde. Assim como atividade física regular, a nutrição e hidratação adequadas são consideradas parte de um estilo de vida saudável.

 

 

Cerca de metade das população mundial não atinge as recomendações de ingestão total diária de água, que, em geral, consiste no consumo de, no mínimo, 1,5 litro. Por exemplo, as Academias Nacionais de Medicina dos Estados Unidos sugerem que a ingestão de 1,5 a 2,2 litros diários de líquidos para mulheres e 2 a 3 litros para os homens.

“Em nível global, isso pode ter um grande impacto. A diminuição do teor de água corporal é o fator mais comum que aumenta o sódio sérico, e é por isso que os resultados sugerem que manter-se bem hidratado pode retardar o processo de envelhecimento e prevenir ou retardar doenças crônicas”, explicou a pesquisadora.

Dmitrieva ressalta que é possível atingir os níveis recomendados ao ingerir não apenas água, mas outros líquidos, como sucos, além de vegetais e frutas com alto teor de água.

Fonte: O Globo

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