Medo do Michael Jackson? Entenda fobias raras como a de Key Alves, do BBB23

Fobia de aranha, do escuro e de lugares apertados são tidas como fobias relativamente “comuns”. Mas você já ouviu falar de fobia do Michael Jackson? Sim, o cantor. Se você acompanha Big Brother Brasil, provavelmente sim.

Key Alves, participante da edição deste ano, levantou a curiosidade de outros “brothers” e dos internautas ao relatar que tem medo do cantor, que faleceu em 2009.

Em vários cortes do programa é possível vê-la contando alguns episódios engraçados sobre o que os colegas chamaram de “michaelfobia”.

 

Em um deles, Key lembra que via o cantor pelos corredores e que ele aparecia nos seus sonhos. Isso só deixou de acontecer após uma sessão de hipnoterapia em que o profissional disse que ela iria “esquecer” o cantor. Mas o “medo” continua.

Em conversa com a CNN, a psicóloga Luana Ganzert, especialista em emoções, explicou que a fobia é um medo exagerado em relação a algo – objetos, animais, pessoas, lugares ou situações que o cérebro identifica como perigo.

“Esse descontrole, muitas vezes irracional, é causado por uma ansiedade excessiva e desencadeia sintomas físicos como taquicardia, sudorese, tremedeira, falta de ar, náuseas, e até desmaio”, alertou Ganzert.

Segundo a Sociedade Interamericana de Hipnoterapia, existem mais de 500 exemplos de fobia, que podem se manifestar de diferentes formas e pertencer a várias categorias.

Qual a origem das fobias?

Uma pessoa sofreu um abuso sexual na infância em um ambiente que tinha lagartixas. Mais tarde, ela acabou desenvolvendo fobia do animal por associação ao trauma vivido

Iara Rolim, psicóloga

Do ponto de vista da psicanálise, uma corrente de estudos da mente humana, as fobias são geradas na infância.

Iara Rolim, psicóloga especialista em fobias, explicou à CNN que uma criança pode se sentir desamparada no enfrentamento de algumas situações emocionais muito fortes, e acaba associando a vivência a alguma experiência externa.

“Tenho relato de um caso que uma pessoa que sofreu um abuso sexual na infância em um ambiente que tinha lagartixas. Mais tarde, ela acabou desenvolvendo fobia do animal por associação ao trauma vivido”, contou Iara.

A profissional também acrescentou que pode haver outro motivo: “A aprendizagem e convivência com adultos que também tinham o mesmo medo pode ser outro fator para o desenvolvimento de uma fobia”.

Fobias incomuns

Basta entrar no Google e digitar “Fobia de…”, que os primeiros resultados são os mais conhecidos ou “normativos”: palhaço, altura, insetos, escuro, lugar fechado, barata, cobra.

Mas o assunto fica mais curioso ainda quando as fobias são raras, como a do Michael Jackson. Há quem tenha medo de umbigos, a onfalofobia; de cabelo molhado, de barba, de espelhos, de ficar sozinho… a lista é grande.

A fobia de ficar sozinho é conhecida como autofobia / Getty Images

Luana Ganzert justifica que cada fobia é uma criação única de cada mente que difere de pessoa para pessoa: “É difícil saber o que causou esse medo excessivo da Key em relação ao Michael Jackson, por exemplo. Provavelmente, ela deve ter sofrido algum trauma por associação com a figura do cantor, ou associou a alguma projeção negativa dele”.

Como tratar

Segundo a abordagem psicanalítica, Iara aconselha a pessoa a identificar e compreender o trauma vivido pela psicoterapia regressiva à infância. A partir daí, será possível entender qual foi a associação feita dessa emoção a outros objetos, situações ou pessoas.

Para Luana, métodos como terapia cognitivo-comportamental, medicação controlada e hipnoterapia podem ajudar a diminuir os sintomas fóbicos.

Fonte: Flavia Martins, CNN

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