Memória imunológica dura menos após casos graves de Covid-19, diz estudo

A partir de análises feitas com pacientes internados no Hospital Universitário da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, pesquisadores concluíram que aqueles que se recuperam de formas mais brandas da Covid-19 têm uma melhor memória imunológica do vírus. Para os que desenvolvem casos graves da doença, essa memória dura menos. O estudo foi publicado no periódico Plos One no dia 22 de dezembro.

Os pesquisadores detiveram suas análises principalmente nas células B de memória que reagem contra a proteína spike do coronavírus. As células ou linfócitos B são um componente importante do sistema imunológico, responsável pela produção de anticorpos. A célula B de memória, no entanto, é um subtipo formado depois de uma infecção primária, que tem como função responder rapidamente caso o corpo volte a ser infectado pela mesma bactéria ou vírus.

O que os cientistas da Universidade do Texas observaram é que, em pacientes que tiveram quadros menos graves da doença, as células B retiveram uma memória melhor da proteína spike. Foram classificados como “quadros menos graves” aqueles em que os pacientes internados não precisaram do suporte de ventiladores mecânicos.

Já os pacientes com formas mais graves da Covid foram aqueles que precisaram de ventilação invasiva (ou seja, que foram intubados) ou fizeram uso da chamada ECMO, uma máquina que faz a oxigenação extracorpórea quando o pulmão ou o coração estão gravemente comprometidos. Nestes pacientes, foi constatada uma memória imunológica ligeiramente mais curta.

Para avaliar a resposta do sistema imunológico desses pacientes, os pesquisadores coletaram amostras de sangue em dois momentos diferentes: um mês após o início dos sintomas e cinco meses depois. No primeiro mês, a concentração de células B que reagiam à proteína spike era alta em todos os pacientes, mas era ligeiramente maior entre os oito que tiveram Covid mais branda.

Segundo os autores do estudo, os resultados indicam que a memória imunológica mais duradoura entre pacientes que não desenvolvem casos graves da doença pode ter consequências no longo prazo, conferindo maior imunidade no caso de reinfecções e influenciando na gravidade da doença.

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