Mieloma: conheça os sintomas do tipo raro de câncer que afeta células da medula

O mieloma múltiplo é um tipo raro de câncer que afeta células da medula óssea. A doença pode provocar anemia e aumentar o risco de infecções.

O mês de março é dedicado à conscientização sobre o mieloma, destacando o alerta sobre os sinais e tratamento da doença.

O mieloma corresponde a cerca de 1% dos tumores malignos e 10% a 15% dos cânceres relacionados ao sangue. No Brasil, há poucos dados epidemiológicos disponíveis.

O que é o mieloma

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer do sangue que tem início na medula óssea. A doença afeta células de defesa do organismo chamadas plasmócitos. No momento da diferenciação celular, surge um erro e elas se tornam plasmócitos anormais.

As células anormais podem se aglomerar e formar tumores tanto dentro ou fora do osso. Quando existem vários grupos de plasmócitos, a doença é chamada mieloma múltiplo.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) não possui estimativas da incidência da doença no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, o mieloma é uma doença que afetam principalmente pessoas idosas. Mais de 90% dos casos ocorrem após os 50 anos, com idade média ao diagnóstico de 70 anos. No Brasil, a ocorrência da doença parece se dar mais cedo, sendo de 60 anos a idade mediana dos pacientes ao diagnóstico.

Segundo o Hospital A.C.Camargo, referência no tratamento do câncer em São Paulo, o avanço da doença pode levar ao comprometimento da produção das outras células do sangue. Por isso, os pacientes podem ter anemia e ficam sujeitos a infecções.

Além disso, os plasmócitos cancerosos também produzem uma proteína anormal, chamada de proteína monoclonal, que se acumula no sangue e na urina. As células doentes também podem afetar os ossos, causando dores e fraturas espontâneas.

As manifestações clínicas mais comuns ao diagnóstico são dor óssea, principalmente em tórax e coluna, induzida pela movimentação, déficit motor ou sensitivo, fraturas e insuficiência renal. Os pacientes também podem apresentar sinais de anorexia, náusea, vômitos, constipação e infecções bacterianas recorrentes.

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, como a idade avançada. Os casos de mieloma múltiplo são um pouco mais frequentes em homens do que em mulheres.

As causas não são totalmente esclarecidas pela comunidade científica, o que leva à inexistência de formas de prevenção. No entanto, recomendações de uma vida saudável, com alimentação rica em verduras, legumes e frutas, pouca carne vermelha, não fumar, praticar exercícios regularmente e não abusar de álcool contribuem para reduzir os riscos do câncer.

Diagnóstico e tratamento

Exames específicos de sangue e de urina são usados para diagnóstico, definição da evolução da doença e acompanhamento do tratamento, segundo o Hospital A.C.Camargo.

Os testes avaliam níveis de cálcio e alterações nas proteínas monoclonais produzidas pelos plasmócitos doentes no sangue e na urina. A punção de medula também pode ser pedida. Biópsias nos ossos ou nos tecidos moles ao redor deles são exames complementares para diagnosticar o mieloma, além de exames de imagem.

Após o diagnóstico, os médicos realizam exames para determinar o estágio da doença, chamado tecnicamente de estadiamento. A análise permite definir se o câncer afetou ou não outras partes do organismo, como gânglios linfáticos ou outros órgãos.

De acordo com o A.C.Camargo, os tratamentos disponíveis atualmente não curam a doença, mas permitem que o paciente tenha saúde e qualidade de vida por longos períodos. Pesquisas em andamento buscam medicamentos mais eficazes e específicos. A escolha do tratamento depende de diferentes fatores, como a presença de sintomas, a idade e condição de saúde, como outras doenças.

Algumas vezes, o paciente de mieloma múltiplo é apenas acompanhado, sem fazer tratamento. Entre as opções terapêuticas estão a quimioterapia e a quimioterapia seguida de transplante de medula. Já a radioterapia é usada em pacientes com mieloma múltiplo que têm dor nos ossos ou que tiveram ossos danificados pela doença, segundo o A.C.Camargo.

Fonte: Lucas Rocha, CNN

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