O fim das próteses? Cientistas criam sola de pé digital rastreadora dos sinais neurológicos que controlam os passos

Uma sola de pé digital que permite aos cientistas ver os sinais neurológicos que controlam como andamos e mantemos o equilíbrio foi desenvolvida por um neurocientista brasileiro junto a outros pesquisadores da Universidade de Sheffield, no Reino Unido. O estudo descrevendo a inovação foi publicado na revista científica iScience.

 

O modelo computacional inovador, que fornece uma simulação digital dos sinais que fluem continuamente pelo corpo, do pé ao cérebro, pode ser usado para projetar neuropróteses mais sofisticadas — membros artificiais que podem dar feedback ao cérebro sobre o mundo ao nosso redor, em forma de comandos elétricos.

Chamado de FootSim, o modelo permite aos cientistas mapear como nosso sistema nervoso responde continuamente ao contato com as solas dos pés e às mudanças nos pontos de pressão com detalhes sem precedentes.

O modelo de sola digital foi desenvolvido por Rodrigo Kazu Siqueira, neurocientista computacional da Universidade de Sheffield, e Natalija Katic, estudante de doutorado na Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zürich) e na Universidade de Belgrado.

“Para andar e manter o equilíbrio, os seres humanos dependem do feedback contínuo das solas dos pés. Essas informações são enviadas na forma de sinais eletrônicos que percorrem as vias neurológicas entre nossos pés e o cérebro. Até agora, tem sido incrivelmente difícil para os cientistas estudar esses sinais, o que torna difícil corrigi-los quando são interrompidos ou replicá-los, por exemplo, no uso de membros biônicos”, disse o pesquisador brasileiro Kazu Siqueira, em comunicado.

“O modelo que desenvolvemos aqui em Sheffield agora nos permite replicar os sinais que permitem que o sistema nervoso caminhe e mantenha o equilíbrio com detalhes sem precedentes. Esse nível de percepção abre um mundo de possibilidades, principalmente para o futuro da saúde. Ele pode ser usado para ajudar a projetar tecnologias assistivas novas e mais sofisticadas, mais estáveis, responsivas e confiáveis”.

Kazu Siqueira faz parte do Active Touch Laboratory do Dr. Hannes Saal e, juntamente com Luke Cleland, aluno de doutorado do grupo, programou o modelo no Sheffield’s Insigneo Institute for in silico Medicine — o primeiro instituto de pesquisa da Europa dedicado à modelagem computacional em medicina. O trabalho foi feito em colaboração com pesquisadores canadenses das universidades de Guelph e Calgary e com um grupo liderado pela Dra. Stanisa Raspopovic na ETH Zürich, que tem uma história de pesquisa bem-sucedida e impactante em próteses.

Fonte: O Globo

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