Oftalmologistas divulgam nota de esclarecimento sobre câncer raro da filha de Tiago Leifert

A realização do Teste do Olhinho é o primeiro exame da vida do bebê que pode ajudar na detecção precoce de doenças como um câncer raro que foi diagnosticado na filha do apresentador Tiago Leifert. O teste deve ser feito ainda na maternidade, até 72 horas de vida, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), que publicaram uma nota de esclarecimento sobre a doença neste domingo.

Leifert e a jornalista Daiana Garbin, sua esposa, revelaram no sábado, em vídeo publicado no Instagram, que a filha deles, Lua, de apenas um ano e três meses, está com retinoblastoma nos olhos. O retinoblastoma “é um tipo raro de tumor intraocular maligno que, nesta modalidade, é o mais comum entre as crianças”, segundo a nota conjunta da CBO e da SBOP.

“Lamentamos o ocorrido e nos colocamos de forma solidária ao lado desta família para ajudar no que for preciso. No entanto, nossas entidades entendem que a discussão sobre o assunto, que cresceu nas últimas horas, deve ser pautada por conhecimento fidedigno, com validade científica e relevante. Em momentos assim, lacunas de informação podem abrir espaço para distorções que impedem acesso à compreensão sobre como o retinoblastoma se manifesta, pode ser diagnosticado e deve ser tratado”, ressaltou o presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino.

Segundo Umbelino, em casos de doenças oculares confirmadas, os pais e responsáveis devem confiar nos cuidados oferecidos apenas por médicos, em especial de oftalmologistas.

“Supostos tratamentos, como “self-healing” ou prática de exercícios oculares não têm comprovação científica. Portanto, eles não servem para curar o retinoblastoma ou qualquer outra doença que afeta o aparelho da visão (glaucoma, catarata, doenças retinianas etc.). Ao invés de conduzir à cura ou à melhora dos quadros clínicos, como sempre prometem, essas abordagens podem retardar o início de tratamentos corretos, aumentando as chances de comprometimento parcial ou total da visão e, em casos de tumores, até mesmo da vida do paciente”, afirmou o presidente do CBO.

Segundo a nota distribuída pelos oftalmologistas, o Teste do Olhinho deve ser repetido pelo pediatra ao menos três vezes ao ano nos três primeiros anos de vida da criança. Eles também recomendam que bebês de seis a 12 meses passem por um exame oftalmológico completo, para ampliar a proteção da saúde ocular das crianças. É importante que uma segunda avaliação semelhante seja feita entre três e cinco anos, completam.

‘Olho de gato’

A principal manifestação do retinoblastoma é um reflexo brilhante no olho doente, parecido com o brilho que apresentam os olhos de um gato quando iluminados à noite, explica uma nota técnica no site do Instituto Nacional do Câncer (INCA). As crianças podem ainda ficar estrábicas (vesgas), ter dor e inchaço nos olhos ou perder a visão, de acordo com o texto.

As taxas de cura, no entanto, apresentam índice superior a 95%, com adoção do tratamento adequado, afirma Luísa Hopker, presidente da SBPO. O prognóstico depende da intervenção precoce, do tamanho e disseminação do tumor primário, bem como da presença e localização de possíveis lesões metastáticas.

Segundo o INCA, os tratamentos incluem quimioterapia, radioterapia e terapia a laser. Para tumores pequenos, podem ser usados métodos especiais, que permitem que a criança continue a enxergar normalmente. Mas nos casos mais avançados, o olho pode precisar ser retirado e a criança pode precisar de quimioterapia e/ou radioterapia.

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