OPAS: alguns países mostram picos na transmissão de COVID-19, especialmente entre jovens

[Brasília] – A transmissão de COVID-19 nas Américas continua muito ativa, com alguns países apresentando picos recorrentes de casos e com o vírus se espalhando de novas e diferentes maneiras, afirmou nesta quarta-feira (7) a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F Etienne.

“Embora o Brasil e os EUA continuem a ser impulsionadores significativos de novos casos em nossa região, estamos preocupados com os picos de casos – inclusive em lugares que manejaram efetivamente os surtos, como Cuba e Jamaica. Na verdade, nos últimos 60 dias, 11 países e territórios no Caribe passaram de transmissão moderada para intensa, o que é um desenvolvimento preocupante à medida que os países reabrem o espaço aéreo”, disse Etienne em coletiva de imprensa.

Mais de 17 milhões de casos de COVID-19 foram notificados nas Américas, com mais de 574 mil mortes, representando metade de todos os casos em todo o mundo e mais da metade de todas as mortes, observou a diretora da OPAS.

As novas formas de propagação do vírus ocorrem entre os jovens que apresentam sintomas leves ou nenhum sintoma e não sabem que estão infectados. Nos Estados Unidos, os jovens, principalmente os de 20 a 29 anos, representam 20% dos casos novos. Etienne ressaltou que, “embora muitos jovens não fiquem doentes ou necessitem de um leito na UTI, não estão imunes ao desenvolvimento dos efeitos graves da COVID-19”.

Pessoas idosas e com diabetes ou hipertensão seguem em situação de vulnerabilidade. “Por isso, peço a pessoas de todas as idades que continuem usando máscaras e mantendo o distanciamento social para se proteger e evitar expor outras pessoas”, disse.

Redução das taxas de COVID-19 grave

Etienne afirmou “que as taxas de COVID-19 grave caíram em nossa região. Hoje, menos pessoas estão sendo hospitalizadas e menos requerem cuidados intensivos do que antes, em parte devido ao nosso conhecimento crescente sobre este vírus e como lidar com pacientes gravemente doentes”.

A OPAS realizou mais de 160 treinamentos, entregou mais de 17 milhões de testes de PCR e milhões de luvas, aventais e máscaras para manter os profissionais de saúde seguros, ressaltou a diretora da OPAS, observando que “quando os hospitais são capazes de atender e manejar os pacientes, há menos mortes. Esses esforços ajudaram a salvar milhares de vidas e continuarão a proteger inúmeras outras”.

Etienne deu crédito ao trabalho dos governos que “agiram rapidamente para expandir as redes de laboratórios, aumentar o número de leitos hospitalares e contratar e treinar profissionais de saúde”, bem como aos profissionais de saúde “por sua dedicação e comprometimento” em condições difíceis.

Grupos vulneráveis ​​em maior risco

No entanto, apesar desses esforços, Etienne destacou que vários grupos permanecem em maior risco, particularmente aqueles “com acesso limitado à prevenção e cuidados”, incluindo populações negras, hispânicas e nativo americanas nos EUA, que “têm quase três vezes mais probabilidade de entrar em contato com a #COVID19 do que as pessoas brancas”.

Etienne também destacou a importância de abordar a saúde das populações indígenas e migrantes na Região das Américas. “As populações de migrantes e refugiados podem estar cada vez mais expostas e em maior risco”, disse. “A OPAS tem prestado apoio às autoridades nacionais no Equador, Costa Rica, Brasil e México na formulação de estratégias para que as populações migrantes possam continuar a ter acesso à alimentação, assistência médica e apoio à saúde mental do qual precisam”, disse ela.

“Nossa solidariedade com os migrantes não é apenas a chave para controlar a transmissão e evitar mortes desnecessárias devido à COVID-19, mas um reflexo central de nossa crença comum de que todos têm direito à saúde e não devemos deixar ninguém para trás”, acrescentou a diretora da OPAS.

 

Fonte: OPAS/OMS

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