Os primeiros sintomas da DPOC, causa da morte de Pedro Paulo Rangel

O ator Pedro Paulo Rangel morreu nesta quarta-feira no Rio de Janeiro, aos 74 anos, depois de um longo período em que esteve internado para tratar complicações da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Ele foi hospitalizado no final de outubro e, desde o último dia 11, estava intubado e respirando com a ajuda de aparelhos.

 

A DPOC, geralmente provocada pelo tabagismo, é a obstrução da passagem do ar pelos pulmões, caracterizada pela persistência de duas doenças, a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Estima-se que um 1 a cada 5 fumantes desenvolvem o quadro. Foi o caso do ator, que descobriu o diagnóstico quatro anos depois de largar o hábito, em 1888.

— Se tem algo de que eu me arrependa profundamente é de ter começado a fumar. Se vejo um fumante, digo: ‘Não faça isso, espelhe-se no meu caso’ — contou Pedro Paulo em entrevista recente ao Jornal Extra.

Essa relação entre o cigarro e a DPOC acontece porque as partículas e os gases tóxicos do tabaco provocam inflamações nos pulmões. A longo prazo, a fumaça que contém essas substâncias lesa a parede dos brônquios – estruturas tubulares que levam o ar até os alvéolos, onde ocorre a troca gasosa do oxigênio com o gás carbônico.

 

Essa inflamação é o que caracteriza a bronquite, que dificulta esse processo indispensável para levar oxigênio ao corpo. Além disso, criam-se camadas mais extensas de muco na região, ou seja, de catarro, o que deixa o paciente com produção constante de secreção.

Já no caso do enfisema, as partículas tóxicas do cigarro destroem diretamente os alvéolos, o que também compromete a troca gasosa. Ambos juntos, de forma contínua, levam ao diagnóstico da DPOC.

Quais são os sintomas?

 

No Brasil, a DPOC é relativamente comum, com mais de dois milhões de casos por ano. Entre os primeiros sinais que indicam a possibilidade do diagnóstico estão a falta de ar, que pode evoluir para dificultar até mesmo atividades do cotidiano, como trocar de roupas ou tomar banho; pigarros; tosse crônica e muco e secreção em excesso.

 

Conforme a doença se agrava, porém, sintomas mais graves começam a surgir. Eles podem ser um chiado e aperto no peito; lábios com coloração azulada; falta de energia; presença de infecções respiratórias mais frequentes; tornozelos, pés e pernas inchadas, além da perda de peso.

Quando os sintomas são identificados, é importante buscar o atendimento de um especialista que poderá avaliar se de fato é um caso de DPOC e orientar sobre o diagnóstico e tratamento.

Outras causas

 

Não é apenas o tabagismo que leva à DPOC. Apesar de um pouco menos comum, ela também pode ser causada pela exposição a poluentes no ar, como a própria poluição atmosférica e a inalação de fumaça de produtos químicos de limpeza, especialmente no contexto de trabalho em indústrias.

 

De forma mais rara, estima-se que 5% das pessoas têm a doença como predisposição genética devido à deficiência de uma proteína chamada alfa-1-antitripsina. Além disso, indivíduos com asmas e outras condições respiratórias também estão mais suscetíveis a desenvolver a DPOC.

Como prevenir e tratar?

 

A melhor maneira de prevenir e tratar o quadro é não aderindo ao tabagismo ou deixando de fumar. Quando o diagnóstico é realizado, são indicados ainda medicamentos inalatórios para a falta de ar, corticoides para diminuir as inflamações e retardar as lesões pulmonares, entre outras terapias que podem ser devidamente prescritas pelos médicos. Em casos mais graves, pode ser necessária uma reabilitação respiratória pulmonar, cirurgias ou suplementação de oxigênio.

Fonte: O Globo

Foto: Divulgação

Comments are closed.

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More

Privacy & Cookies Policy