País não atingiu meta de cobertura vacinal de 90% contra gripe, diz Saúde

vacinação contra a gripe continua disponível para toda a população a partir de seis meses. Mais de um mês após a data prevista para o fim da campanha de vacinação voltada aos grupos prioritários, o país não atingiu a meta de 90% prevista pelo governo federal.

Entre os 54,7 milhões de pessoas que compõem os grupos prioritários de crianças, profissionais de saúde, gestantes, puérperas, indígenas, idosos e professores, 33,5 milhões foram imunizados, uma cobertura de 61,3%.

O público-alvo completo da campanha ainda inclui pessoas com comorbidades, presidiários, funcionários do sistema prisional, adolescentes em medidas socioeducativas, pessoas com deficiência, caminhoneiros, forças de segurança, trabalhadores de transporte e integrantes das Forças Armadas, somando 77,9 milhões, também grupos que não alcançaram 90% de cobertura.

Segundo o Ministério da Saúde, desde o lançamento da campanha em 1999, manteve-se um bom desempenho na imunização, especialmente entre os idosos. No entanto, em 2021, diante da pandemia de Covid-19, nenhum grupo apresentou índice acima da meta, com cobertura de 72,8%. No ano passado, o melhor resultado foi observado entre as puérperas, com 85,1%, enquanto os trabalhadores da saúde atingiram apenas 68,4%.

Neste ano, a campanha de vacinação contra a gripe começou no dia 4 de abril e duraria até o dia 3 de junho, mas foi prorrogada até 24 de junho. Desde o dia 25 de junho, estados e municípios foram liberados pelo governo federal para aplicar o imunizante em todas as pessoas a partir dos seis meses de idade. Segundo dados do portal LocalizaSus, 50,6 milhões de doses foram aplicadas até o momento.

Na segunda-feira (1º), o Ministério da Saúde reforçou a importância da vacinação contra a influenza. Segundo a pasta, o objetivo da mobilização é prevenir complicações decorrentes da doença e a pressão sobre o sistema de saúde.

“A vacina é segura e é considerada uma das medidas mais eficazes para evitar casos graves e óbitos por gripe. A constante mudança dos vírus influenza requer um monitoramento global e frequente reformulação da vacina contra a gripe. Devido a essa mudança dos vírus, é necessário a vacinação anual contra a gripe”, diz o ministério.

Segundo a pasta, a vacina oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no hemisfério Sul. Em 2021, a linhagem H3N2 Darwin provocou surtos no país, com registro de epidemia no Rio de Janeiro. Neste ano, a cepa foi incluída na dose aplicada.

Ampliação da cobertura vacinal

O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, avalia que a cobertura abaixo do esperado é preocupante, especialmente entre os grupos prioritários, considerados mais vulneráveis à doença.

“A campanha teve que ser prorrogada e mesmo assim não conseguimos atingir a meta. Teve um aspecto que dificultou um pouco, tanto em 2020 quanto em 2021. Os números da gripe diminuíram muito porque estávamos fazendo medidas não farmacológicas (uso de máscara e isolamento social, por exemplo). Isso diminuiu todas as doenças respiratórias com transmissão por vírus e bactérias. Infelizmente, quando não se tem notícias de casos, internações e óbitos, as pessoas deixam de procurar a vacina”, afirmou.

O presidente da SBIm também afirma acreditar que a cobertura aquém da ideal é motivada pela desinformação. “Fake news têm permeado muito esse período da pandemia. Isso tem afetado a cobertura vacinal de todas as vacinas, tanto da infância quanto para adultos”, disse.

Para se vacinar, basta comparecer a um posto de saúde levando documento com foto e, se possível, a caderneta de vacinação.

A gripe é uma infecção viral aguda, que afeta o sistema respiratório e tem alta transmissibilidade, com sintomas semelhantes aos da Covid-19. As duas vacinas – contra influenza e o coronavírus – podem ser tomadas no mesmo dia ou em qualquer intervalo.

Fonte: CNN Brasil

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