Pesquisa da UFU sobre detecção rápida de fungo associado a surtos hospitalares é destaque em revista científica internacional

Uma pesquisa sobre detecção rápida de um fungo associado a surtos em hospitaisdesenvolvida na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi capa do volume 235 da revista científica internacional ‘Talanta’. Publicado em julho, o artigo abordou o desenvolvimento de um biossensor eletroquímico para a identificação rápida do fungo Candida auris.

Autor do estudo, Pedro Guedes está vinculado ao Grupo de Pesquisa do Laboratório de Biossensores (Biosens) e ao Programa de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica (PPGGB/UFU).

De acordo com Guedes, Candida auris é um fungo multirresistente e é considerado uma ameaça crescente à saúde pública, apresentando altas taxas de morbidade e mortalidade.“Ao acompanhar reportagens nos noticiários sobre surtos de Candida auris em hospitais, tive a ideia de desenvolver um biossensor para detecção rápida desse fungo, pois os métodos de detecção atuais apresentam muitas falhas”, disse.

O pesquisador explicou que o biossensor funciona como uma plataforma diagnóstica em que a amostra é adicionada no eletrodo de ouro que contém uma fita simples de DNA (sonda) específica para detectar o DNA da Candida auris.A detecção do fungo é feita por meio da técnica de voltametria de pulso diferencial, monitorando o pico de oxidação da ninidrina, reagente utilizado para verificar a presença de aminas.

“No momento da detecção indireta, quanto maior for a concentração de ninidrina, maior o sinal eletroquímico, o que indica a presença de DNA da Candida auris na amostra”, falou.

Para Guedes, o reconhecimento internacional é fator motivador para a carreira de cientista.

“Esse é um exemplo de que no Brasil, e claramente neste contexto está inserida a UFU, são desenvolvidas pesquisas de ponta, com potencial para atingir o patamar de serem consideradas destaque de capa de uma revista internacional de alto impacto, servindo como motivação para outros grupos de pesquisa”, afirmou.

O estudo foi orientado pela professora Ana Madurro, do Instituto de Biotecnologia, e co-orientado pelo professor João Madurro, do Instituto de Química.

A pesquisa teve financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e apoio da Agência Intelecto — órgão da UFU responsável pelo estímulo à inovação e à proteção do conhecimento gerado na instituição.

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