Pesquisa liga beijos na Idade do Bronze a origem da herpes labial

A propagação do vírus da herpes labial remonta à prática de beijar na Idade do Bronze, de acordo com um novo estudo.

Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, concluíram que a cepa HSV-1 do vírus da herpes surgiu durante as grandes migrações de humanos da Eurásia para a Europa, há cerca de 5 mil anos.

A migração levou a uma maior densidade populacional, o que aumentou a transmissão e novas práticas culturais, incluindo beijos, de acordo com as conclusões do estudo.

Os pesquisadores estudaram amostras de DNA de milhares de anos atrás para entender como os vírus se adaptaram.

Cerca de 3,7 bilhões de pessoas estão infectadas com herpes labial em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Esse número equivale à praticamente metade da população mundial (7,75 bilhões).

Uma amostra de DNA com herpes labial usada no estudo veio de um holandês do século 17

University of Cambridge
Uma amostra de DNA com herpes labial usada no estudo veio de um holandês do século 17

A equipe responsável pela pesquisa disse ter sido a primeira a descobrir e sequenciar genomas antigos de HSV-1. Os dados genéticos analisados por eles abrangem um período de mil anos.

Anteriormente, os dados genéticos mais antigos sobre herpes eram de 1925.

Linha do tempo

Os pesquisadores obtiveram as amostras usadas no estudo extraindo DNA viral das raízes dos dentes de quatro indivíduos.

A partir das amostras, a equipe conseguiu desenvolver uma linha do tempo estimada da evolução do vírus.

Esqueleto de um homem adulto jovem do final do século 14 enterrado em Cambridge

University of Cambridge
Outra amostra foi retirada do esqueleto de um homem adulto jovem do final do século 14 enterrado em Cambridge, no Reino Unido

A herpes labial é transmitida oralmente, e os pesquisadores observaram que o registro mais antigo de beijo vem de um manuscrito da Idade do Bronze no sul da Ásia.

Séculos depois, o imperador romano Tibério (42 BC – 37 AD) tentou proibir o beijo em funções oficiais para evitar a propagação de doenças. Os pesquisadores acham que isso pode estar relacionado à herpes.

Christiana Scheib, pesquisadora do St John’s College, de Cambridge (Inglaterra), e diretora do laboratório de DNA antigo da Universidade de Tartu, na Estônia, explicou:

“Todas as espécies de primatas têm algum tipo de herpes, então assumimos que está conosco desde que nossa própria espécie deixou a África”.

“No entanto, algo aconteceu cerca de 5.000 anos atrás que permitiu que uma cepa de herpes prevalecesse sobre todas as outras, possivelmente um aumento nas transmissões, o que poderia estar relacionado ao beijo”.

– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62351498

Fonte e imagem: Correio Braziliense

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