Pré-diabetes é um risco que não pode ser ignorado

Quem tem pré-diabetes está mais sujeito a sofrer um infarto ou derrame do que as pessoas com níveis normais de glicose. Portanto, trata-se de um quadro clínico que não pode ser minimizado, foi o alerta dado na 70ª. Sessão Científica do Colégio Norte-Americano de Cardiologia, ocorrida no mês passado. O ideal é evitar chegar ao patamar de risco, afirma Adrien Michel, especialista em medicina interna e autor do estudo: “não damos importância maior ao pré-diabetes, mas ele pode ser o gatilho para um acidente cardiovascular relevante, mesmo que o paciente nem sequer desenvolva a doença”. Falando em percentuais, esse tipo de evento adverso ocorre em 18% dos pré-diabéticos, enquanto não passa de 11% na população com a taxa sob controle.

O Brasil tem perto de 17 milhões de diabéticos, sendo que metade desconhece ter a enfermidade, e calcula-se que pelo menos 40 milhões sejam pré-diabéticos. A chance de progressão para a doença aumenta significativamente para quem tem valores de glicemia em jejum entre 100 e 125mg/dL, ou de hemoglobina glicada entre 5.7% e 6.4%. “Como médicos, precisamos nos esforçar mais para educar nossos pacientes sobre os riscos que correm, estimular a adoção de um estilo de vida saudável e avaliar a necessidade de iniciar o controle com medicamentos antecipadamente”, acrescentou Michel.

A pesquisa avaliou dados de quase 26 mil pacientes do Beaumont Health System, em Michigan, entre 2006 e 2020. Dez por cento dos americanos são diabéticos e um em cada três tem pré-diabetes, um vilão para a saúde do coração porque o nível alterado de glicose pode causar inflamação dos vasos, tornando-os mais estreitos. O quadro é traiçoeiro porque não provoca sintomas.

Outro estudo, divulgado em maio pela revista científica “Lancet Healthy Longevity”, fez uma constatação sombria: somente uma em cada dez pessoas, dos 55 países de renda baixa ou média que entraram no levantamento, vem recebendo o cuidado necessário – o que inclui remédios de baixo custo, monitoramento da glicose e do colesterol e aconselhamento sobre dieta e exercícios. No entanto, também há notícias positivas: o consumo de duas porções de frutas por dia diminui em 36% as chances de desenvolver a enfermidade, mostrou pesquisa recém-publicada na revista científica “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”. No mundo, há algo em torno de meio bilhão de diabéticos, cenário que, segundo os especialistas, configura-se como uma nova epidemia global.

Fonte: G1

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