Proteína de células imunológicas fazem cobaias emagrecerem, sem diminuir alimentação

Sentados com uma dieta rica em gordura. Enquanto o grupo de controle ainda ganhava peso, os camundongos tratados com TSLP perderam 20g, passando de 45g (obesidade) para 25g, em 28 dias.

De acordo com Kambayashi, “mais surpreendentemente, os camundongos tratados com TSLP também diminuíram a massa de gordura visceral”. Trata-se do tecido adiposo branco, que é armazenado no abdômen, associado ao risco elevado de diabetes e doenças cardiovasculares. Como imaginava o grupo, a citocina também teve um efeito positivo nos níveis de glicose no sangue e de insulina no jejum, além de reduzir a doença hepática gordurosa.

“Suor de gordura”

Kambayashi conta que chegou a pensar que a citocina inibiu o apetite dos ratos e que os animais estavam ficando doentes. Porém mais testes foram realizados, e a equipe descobriu que os roedores tratados com TSLP estavam, na verdade, ingerindo 20% a 30% a mais de calorias, enquanto exibiam gastos de energia, taxas metabólicas básicas e níveis de atividade semelhantes aos do grupo de controle.

A explicação foi tão surpreendente quanto a descoberta: estava associada à produção de sebo. “Ao olhar para o pelo dos ratos tratados com TSLP, notei que brilhavam na luz. Eu sempre soube quais eram os ratos tratados porque via o pelo deles reluzindo”, diz Kambayashi. Mesmo achando a ideia estranha, o pesquisador imaginou que os animais poderiam estar excretando gordura pela pele.

A equipe, então, raspou os pelos dos camundongos e extraiu o óleo que os recobriam. Ao analisar o material, constataram que havia, nele, lipídeos específicos do sebo, uma substância densa em caloria produzida por células epiteliais altamente especializadas, chamadas sebócitos. Essa “capa” gordurosa ajuda a formar uma barreira cutânea.

Para investigar se a TSLP poderia desempenhar um papel no controle da secreção de gordura em humanos, os pesquisadores analisaram um painel de 18 genes associados às glândulas sebáceas, em um banco de dados público. Segundo eles, “a expressão de TSLP está significativamente e positivamente correlacionada com a expressão do gene da glândula sebácea na pele humana saudável”.

No artigo, os pesquisadores afirmam que “estimular a liberação de sebo em alta velocidade pode resultar no ‘suor de gordura’ e na perda de peso”. “Eu não acho que controlamos naturalmente nosso peso regulando a produção de sebo, mas podemos estimular o processo, aumentando a sua quantidade e, assim, provocando a perda de gordura”, diz Kambayashi. Para ele, a TSLP poderá ter um importante papel em tratamentos futuros da obesidade.

 

Fonte: Correio Braziliense

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