Quais as principais diferenças entre raio-x, tomografia e ressonância magnética?

Radiology technologist looking at brain CT scan image while young woman waiting stock photo

Os três são exames de imagem, nos três o paciente deve ficar imóvel, os três fazem “fotografias” dos órgãos internos do corpo. As semelhanças entre raio-x, tomografia computadorizada e ressonância magnética fazem com que surjam algumas dificuldades para diferenciá-los. Listamos diferenças, semelhanças e características dos três exames.

Por Dr. Ronaldo Hueb Baroni, Coordenador Médico do Setor de Ressonância Magnética e do Grupo de Imagem Abdominal do Hospital Israelita Albert Einstein / CRM SP 85 359

Raio-X

O que é?

O princípio que permite a formação da imagem na radiografia é o próprio feixe de raios-x, que é emitido por um tubo e atravessa o corpo do paciente até atingir um filme, possibilitando a visão de estruturas internas do corpo com base nas diferenças de densidades entre elas.

Quando é usado?

Muito utilizado para obter imagens dos pulmões, seios da face ou para auxílio na avaliação ortopédica, como o diagnóstico de fraturas. Também é usado em Unidades de Terapia Intensiva, já que o equipamento pode ser deslocado até o leito do paciente caso ele tenha dificuldades para se locomover.

Quem não deve fazer?

Exames de raio-x não emitem alta quantidade de radiação e, por isso, não causam tanta preocupação em relação à exposição. Mas exames múltiplos e desnecessários devem ser evitados.

Tomografia computadorizada

O que é?

Radiografia e tomografia são “primos”, no sentido de que o princípio que permite a formação da imagem, nos dois exames, é a mesma. Só que na tomografia, o processo é mais sofisticado, já que o tubo se move ao redor do paciente e emite um feixe de raios-x que atinge detectores posicionados no lado oposto, com isto tirando várias imagens simultâneas e com mais detalhes.

Os aparelhos mais modernos contam com múltiplas fileiras de detectores, possibilitando exames mais rápidos e ainda mais detalhados.

Quando é usado?

Se uma radiografia pode servir bem para fazer o diagnóstico de uma pneumonia, a tomografia vai além e consegue mostrar um nódulo pulmonar menor do que 1 cm.

Assim como no raio-x, pode-se realizar exames de tomografia de todas as regiões do corpo, como crânio, seios da face, tórax, abdômen e esqueleto ósseo, com grande detalhe anatômico.

Quem não deve fazer?

A exposição à radiação em tomografias é muito maior do que nas radiografias. Fazer uma tomografia por ano, por exemplo, não é problemático.

Submeter-se a 20 no mesmo período já traz uma carga mais importante de radiação. Assim, deve-se ponderar se há exames alternativos, sem radiação, e sempre utilizar a menor dose possível capaz de gerar imagens diagnósticas.

Mulheres gestantes devem evitar exames que envolvam radiação ionizante (raio-x ou, principalmente, tomografia computadorizada). Entretanto, é importante ressaltar que a realização de um único exame de tomografia durante qualquer fase da gestação, mesmo que de forma inadvertida, não acarreta riscos significativos à gravidez ou ao desenvolvimento do feto.​

Além disso, muitas vezes é necessária a utilização de contrastes endovenosos à base de iodo, com potenciais restrições aos alérgicos à substância ou quem tem insuficiência renal.

Ressonância magnética

O que é?

Se há “grau de parentesco” entre raio-x e tomografia, a ressonância magnética é de outra família. O tubo do aparelho é um grande imã, que gera um campo magnético para ordenar os movimentos das moléculas de água do corpo e, através da emissão de pulsos de radiofrequência, permitir a formação de imagens detalhadas e de alta qualidade diagnóstica.

Quando é usada?

A ressonância magnética consegue trazer imagens nítidas mesmo em partes do corpo formadas por estruturas com densidades semelhantes entre si. Por isso é útil, por exemplo, para ver o cérebro, a medula espinhal e lesões nos ligamentos e tendões. Também é bastante utilizada para examinar o fígado, rins e órgãos pélvicos, entre outros.

Quem não deve fazer?

As principais restrições da ressonância dizem respeito ao campo magnético gerado pelo aparelho. Quem tem modelos de marcapassos cardíacos mais antigos não pode fazer o exame, além de alguns tipos de implantes auditivos metálicos.

Quanto a outros implantes, como os ortopédicos, a possibilidade de fazer o exame depende do tipo de implante e do exame. Há tabelas de referência que permitem tomar uma decisão confiável sobre a segurança do paciente ao realizar a ressonância.

Alguns pacientes podem apresentar claustrofobia quando colocados dentro do tubo da ressonância.

Nas ressonâncias que exigem contraste, a substância utilizada é o gadolínio, que também pode ser prejudicial para as pessoas com insuficiência renal ou alergias prévias a esta substância, além de ser contraindicado em gestantes. Para minimizar os riscos, os pacientes respondem a questionários de segurança antes dos exames.

Como saber qual exame é mais indicado? E como se preparar para os exames?

A decisão sobre qual exame é o mais indicado para um paciente ou doença específica depende de uma série de fatores, como região do corpo a ser estudada, suspeita clínica e idade do paciente. Essa decisão pode, inclusive, ser tomada em conjunto pelo médico que solicitou o exame e o radiologista que irá realizá-lo ou laudá-lo.

A injeção de contrastes é necessária em alguns exames, sendo importante informar previamente qualquer antecedente de alergia. Para evitar náuseas, é possível que seja recomendado jejum. Algumas medicações podem ser indicadas na preparação para o exame, como um laxante, por exemplo.

Qualquer dúvida que o paciente tenha antes de um exame de imagem deve ser repassada ao médico ou ao serviço de imagem, para que ele receba as orientações específicas sobre o exame que irá fazer.

 

Fonte: vidasaudavel.einstein.b

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