Sangue: saiba por que doar agora é valorizar a vida e a ciência

[São Paulo] – Ele leva oxigênio a cada parte do nosso corpo, defende o nosso organismo contra infecções, não pode ser produzido em laboratórios e é insubstituível. O sangue é um dos tecidos do nosso corpo e tem uma particularidade: a única fonte de matéria-prima para produção dele somos nós mesmos. Por isso, há espaços específicos para administração do sangue e seus componentes. Os hemocentros são locais onde ocorrem coleta, processamento e preparação do sangue. 

Além de realizar transfusões, eles se dedicam à pesquisa e estudo da hematologia e hemoterapia. Segundo o site do Redome do Instituto Nacional do Câncer, há 106 hemocentros no Brasil, sendo 14 no Estado de São Paulo. Dois deles são ligados à USP,  um em Ribeirão Preto e outro em São Paulo.

A Fundação Pró-Sangue é o maior hemocentro da América Latina, chega a realizar mais de 5 mil transfusões de sangue por mês, somente no complexo do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).  Há 37 anos em funcionamento, é considerado referência para a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde. A fundação é uma instituição pública ligada à Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo e ao HC-FMUSP.

Já o Hemocentro de Ribeirão Preto é responsável desde 1990 pela coleta de sangue e transporte para hospitais e centros de saúde. A rede da instituição coleta cerca de 97 mil bolsas de sangue por ano e ainda oferece apoio à graduação e pós-graduação dos estudantes da USP, além de oferecer cursos à comunidade externa.

Os hemocentros também reúnem cientistas que estudam sobre o funcionamento dos componentes do sangue e tratamentos para doenças. Em Ribeirão Preto, são dois centros de pesquisa (Centro de Terapia Celular e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia).

Situação emergencial

Com a pandemia de covid-19 e a necessidade de distanciamento social, a Organização Pan-Americana da Saúde alertou que as doações de sangue se tornaram mais necessárias do que nunca. Isso porque houve uma redução significativa nas doações voluntárias e muitos países enfrentam escassez de sangue para transfusões. “Estamos preocupados com o esgotamento das reservas dos bancos de sangue, pois isso coloca em risco a vida de muitas pessoas que precisam de transfusões”, disse a diretora da organização, Carissa Etienne.

Entre os pacientes que chegam diariamente aos hospitais precisando de transfusões estão pessoas com câncer e leucemia, que necessitam de serviços de transplante, e mulheres que sofrem de hemorragia pós-parto. Além disso, os serviços de emergência exigem disponibilidade contínua de sangue para responder a casos de trauma decorrentes de acidentes de trânsito e outras lesões.

Por isso, os hemocentros ligados à USP têm intensificado campanhas de doação, além de esclarecer sobre práticas de biossegurança que protegem funcionários e doadores durante a pandemia. As duas instituições estão abertas mesmo durante a fase emergencial de isolamento e até durante fins de semana. As doações podem ser agendadas a distância pelos sites (confira abaixo) e, para tirar dúvidas, há uma assistente virtual, a Livia.bot, que pode ser acessada neste link.

Em outras ações, os hemocentros também têm se empenhando em coletar e distribuir bolsas de plasma convalescente (parte líquida do sangue) para regiões em situação emergencial, como durante a lotação de hospitais da cidade de Araraquara, pois esse componente permite transferir anticorpos ao paciente com covid-19, até que o organismo afetado tenha tempo de construir sua própria resposta imune.

Fonte: Jornal da USP

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