Saúde observa mudança no perfil de internações

[Recife] – A rede pública de saúde de Pernambuco tem observado uma mudança no perfil de internações nos leitos de terapia intensiva. De acordo com os dados apresentados pelo secretário André Longo durante coletiva de imprensa online realizada pelo Governo de Pernambuco, o Estado registrou aumento de 97% nas internações em leitos de UTI dedicados à doença na rede pública entre a primeira semana epidemiológica (SE) do ano (03 a 09/01) e a semana passada (SE 11). A partir da análise dos dados, notou-se que há uma mudança no perfil de internações nos leitos de terapia intensiva.

Na análise dos dados, apenas a faixa etária acima dos 85 anos não registrou crescimento no número de internações. “Nos indicadores entre os idosos com mais de 85 anos, nós já sentimos o efeito positivo da imunização, já que Pernambuco antecipou de forma pioneira e acertada o processo de imunização deste público”, destacou Longo. Nesta faixa etária, entre janeiro e março deste ano, foi registrada uma redução de 22% nas internações em leitos de UTI – foram 50 pacientes internados entre 03 e 09 de janeiro e 39 na semana passada.

“Em todas as outras faixas etárias, estamos observando um aumento nas internações em UTIs. Como não temos nenhum medicamento que trate a Covid-19, a mortalidade dos pacientes internados com suporte intensivo  é muito elevada. Isso reforça que só é possível interromper a aceleração da doença com a redução na circulação de pessoas e, principalmente, com o reforço no cuidado. A sua decisão de ficar em casa, ou, se for inevitável sair, usar a máscara, vai fazer a diferença para diminuir os níveis de contaminação, para reduzir as taxas de ocupação de leitos e será muito importante para salvar vidas”, ressaltou Longo.

Segundo o médico infectologista Dr. Demetrius Montenegro, os dados preocupam pelo aumento no número de casos em pessoas jovens. “Um ano após o início dessa luta, iniciada em março de 2020, percebemos que estamos vivendo novamente uma grande onda com o acréscimo no número de casos em pessoas mais jovens, que estão se expondo muito. Com isso, a consequência é o que está acontecendo nas emergências e UTIs, com a possibilidade de piorar. Sem contar que nós todos, profissionais da área da saúde, estamos muito cansados. Se você está cansado de ficar em casa, a gente está cansado de ver gente morrendo, é muito doloroso, é um sofrimento emocional grande. Essa epidemia existe, não fiquem cegos para esta doença”, afirmou Montenegro.

Os maiores aumentos no número de internações foram nos grupos entre 20 e 39; 40 a 59 e 60 a 69 anos – que apresentaram percentuais de aumento de 145%, 195% e 120%, respectivamente. Nos grupos etários de 20 a 59 anos, o número de internamentos praticamente dobrou apenas nas últimas três semanas. Entre os adultos jovens (20 a 39 anos), foram registrados 50 casos na semana de 28/02 a 06/03 e 93 na SE 11 – aumento de 86%. Já entre os adultos com idades entre 40 e 59 anos, o aumento no período foi de 80%, com 169 registros na SE 9 e 304 na semana passada.

“Decisões de proteção é que vão fazer a diferença nas taxas de ocupação hospitalar e podem fazer a diferença para salvar vidas. O vírus mata. E, se você negar este perigo e descumprir as normas da quarentena, a você poderá ser negado, mais a frente, uma vaga de UTI. Essa negação da realidade e da gravidade também poderá causar a morte de um familiar, de um amigo, ou de alguém que você ama. O único compromisso inadiável e urgente é com a vida”, disse o secretário.

Fotos: Heudes Regis/SEI

Fonte: SESA

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