Sinovac diz desenvolver versão da vacina CoronaVac adaptada à variante ômicron

A farmacêutica chinesa Sinovac disse nesta terça-feira (7), durante simpósio realizado pelo Instituto Butantan, que está desenvolvendo uma versão da vacina CoronaVac adaptada à variante ômicron.

A expectativa é a de que a atualização do imunizante fique pronta em três meses, ou seja, até fevereiro de 2022.

O anúncio foi feito pelo presidente da farmacêutica, Weidong Yin, durante o Simpósio CoronaVac. O evento começou nesta terça (7) e irá até quinta (9).

“Esperamos ainda mais colaboração para o desenvolvimento mais rápido de imunizantes para novas variantes ou para vacinas de reforço, e temos certeza que com parcerias como a do Butantan vamos ser capazes de enfrentar a Covid-19”, afirmou Weidong Win

Segundo a vice-presidente e líder de pesquisa e desenvolvimento da Sinovac, Yallling Hu, o laboratório chinês tem se dedicado a isolar o vírus, partindo de amostras de pacientes de Hong Kong, para poder iniciar os testes de anticorpos neutralizantes.

Depois desse processo, a empresa pretende realizar um ensaio clínico para examinar a eficácia do imunizante. A previsão é que todo esse processo leve pelo menos três meses, informou Yallling Hu.

“A mutação é bastante instável no momento e ainda estamos trabalhando na neutralização cruzada da atividade causada pelo coronavírus”, explicou. “Acho que em um futuro próximo vamos precisar de mais trabalho para avaliar a eficácia das vacinas contra esta variante e, talvez, ir mais além para avaliar a cobertura da vacina que temos hoje”, complementou Yalling Hu.

Profissional de saúde de SP segura ampola de CoronaVac, imunizante contra Covid-19 — Foto: Divulgação/Ascom/GESP

Profissional de saúde de SP segura ampola de CoronaVac, imunizante contra Covid-19 — Foto: Divulgação/Ascom/GESP

Simpósio Coronavac

 

A proposta do simpósio é promover a discussão científica sobre a eficácia e segurança da vacina no Brasil e em outros países, além de debater os resultados do estudo de efetividade Projeto S, realizado na cidade de Serrana, interior de São Paulo.

O encontro reúne pesquisadores brasileiros de diversas áreas e especialistas dos Estados Unidos, Turquia, Chile, China e Espanha.

Testes CoronaVac

 

O Instituto Butantan começou na última quinta (1°) um estudo para analisar a efetividade da vacina CoronaVac contra a nova variante da Covid, a ômicron.

Os testes iniciaram após pedido da Anvisa, que solicitou a todos os laboratórios que produzem os imunizantes aplicados no país façam estudo pra verificação de eficácia contra a ômicron.

 

O Instituto Adolfo Lutz enviou ao Butantan as amostras dos três casos confirmados da doença para viabilizar as análises.

A CoronaVac é produzida a partir do vírus inativado, ou seja, pelo vírus morto ou por partes dele. Esses vírus não conseguem provocar a doença, mas são suficientes para gerar uma resposta imune e criar no organismo uma memória de como nos defender contra uma ameaça.

Em entrevista à CBN na semana passada, Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Instituto Butantan, disse que a tecnologia do imunizante produz anticorpos diferentes no sistema imunológico em relação às outras vacinas, o que pode tornar um desempenho diferenciado contra a nova cepa.

Ainda de acordo com a diretora, os resultados devem ser liberados até o final de dezembro.

Variante ômicron

 

A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada à OMS em 24 de novembro de 2021 pela África do Sul. De acordo com OMS, a variante apresenta um “grande número de mutações”, algumas preocupantes. O primeiro caso confirmado da ômicron foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021 no país.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou, no último sábado, seis casos de contaminação pela varianteTodos já tinham sido vacinados e apresentam sintomas leves.

Na terça (30), autoridades sanitárias holandesas afirmaram que a variante já estava presente no país em 19 de novembro – uma semana antes do que se acreditava e antes de a OMS classificá-la como variante de preocupação.

A primeira imagem da variante ômicron do coronavírus revelou mais do que o dobro de mutações que a da variante delta.

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