Software ajuda a prever mortalidade em pacientes que tiveram embolia pulmonar aguda

[Ribeirão Preto] – A embolia pulmonar aguda (EPA) é a terceira causa de mortalidade mundial. O quadro é caracterizado pela obstrução das artérias do pulmão por um coágulo de sangue. Os pacientes com esta doença evoluem de forma heterogênea. Ou seja, podem ter ótima recuperação ou evoluir para choque circulatório, parada cardíaca e morte.

Para auxiliar a equipe médica na estratificação prognóstica e na tomada de decisão sobre o tratamento, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP avaliaram o uso de um software automatizado para quantificar o volume vascular pulmonar (VVP) em pacientes com EPA e consideraram a ferramenta promissora para ser um preditor de mortalidade nestes pacientes.

Professor Carlos Henrique Miranda, do setor de Medicina de Emergência da FMRP – Foto: Arquivo pessoal

“Atualmente, a angiotomografia computadorizada (angio-CT) é considerada o método padrão-ouro para o diagnóstico. No entanto, na prática clínica, os parâmetros utilizados para avaliação prognóstica apresentam fraca associação com mortalidade e desenvolvimento de choque circulatório”, conta o professor Carlos Henrique Miranda, do setor de Medicina de Emergência da FMRP e um dos autores do estudo Volume Vascular Pulmonar Estimado por Software Automatizado é um Preditor de Mortalidade após Embolia Pulmonar Aguda, que foi premiado como melhor artigo original de 2020 no Arquivos Brasileiros de Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Esta pesquisa avaliou pacientes que deram entrada no setor de emergência do Hospital das Clínicas da FMRP (HCFMRP) entre janeiro de 2009 e dezembro de 2015 com o diagnóstico primário de EPA. Os pesquisadores utilizaram o software Yacta, desenvolvido pelo pesquisador Oliver Weinheimer, da University Hospital Heidelberg da Alemanha e um dos autores do trabalho, para quantificar automaticamente o VVP nas imagens da angio-CT.

Foi a primeira vez que o software foi utilizado em estudos relacionados à EPA. “Esse resultado é importante para o desenvolvimento de ferramentas que auxiliam na rotina médica a proporcionar um tratamento individualizado de acordo com o risco de complicações”, finaliza o professor Miranda.

O estudo também contou com a participação dos professores Antonio Pazin Filho, Marcel Koenigkam Santos e Valdair Francisco Muglia, todos da FMRP.

Fonte: Jornal da USP

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