Teste COVID-19: quando fazer, resultados (e outras dúvidas)

Existem diferentes tipos de testes para COVID-19, que permitem saber se a pessoa está infectada pelo coronavírus ou se, em algum momento, já teve contato com o vírus, tendo desenvolvido imunidade.

O único teste capaz de confirmar a infecção ativa de COVID-19 é o exame de secreções (RT-PCR), no qual uma amostra é retirada, através do nariz ou da boca, e analisada no laboratório, confirmando, ou não, a presença do vírus no corpo. Qualquer outro teste para COVID-19, seja o teste rápido ou o exame de sangue (sorologia), não é considerado pela OMS um teste de diagnóstico da COVID-19 e serve apenas para identificar pessoas que já tiveram contato com o vírus, podendo não ter a infecção ativa no momento do teste.

Além destes testes, e caso a pessoa apresente sinais de infecção pelo coronavírus, como tosse seca, febre e cansaço excessivo, o diagnóstico da COVID-19 pode também incluir a realização de outros exames, principalmente hemograma e tomografia de tórax, para avaliar o grau da infecção e identificar se existe algum tipo de complicação que precise de tratamento mais específico.

1. Quando fazer o teste de COVID-19?

O momento em que se deve fazer o teste de COVID-19 varia de acordo com o teste que se vai realizar, mas é muito importante conhecer os prazos para evitar falsos resultados.

No caso do teste rápido, que pode ser feito na farmácia, é recomendado esperar 8 dias desde o aparecimento dos sintomas. Esse prazo também se aplica ao exame de sangue para COVID-19.

Já o exame de secreções deve ser realizado entre o 3º e 7º dia após o surgimento dos sintomas.

2. Quem deve fazer o teste de COVID-19?

O teste rápido ou o exame de sangue podem ser feitos por qualquer pessoa para identificar se já teve em contato com o coronavírus, mas não serve para confirmar o diagnóstico da COVID-19.

Já o exame de secreções, que é o único capaz de confirmar a infecção por COVID-19, deve ser feito por quem apresentar sintomas sugestivos da infecção, como tosse intensa, febre e falta de ar, e se encaixar em algum dos seguintes grupos de risco:

  • Pacientes internados no hospital ou outras instituições de saúde;
  • Pessoas com mais de 65 anos;
  • Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, insuficiência renal, hipertensão ou doenças respiratórias;
  • Pessoas que fazem tratamento com medicamentos que diminuam a imunidade, como imunossupressores ou corticoides;
  • Profissionais de saúde que estejam trabalhando com casos de COVID-19.

Além disso, o médico também pode pedir o exame de secreções sempre que qualquer pessoa apresentar sintomas da infecção após ter estado num local com um elevado número de casos ou ter estado em contato direto com casos suspeitos ou confirmados.

3. Que testes existem para a COVID-19?

Existem três tipos principais de testes para detectar a COVID-19:

  • Exame de secreções (RT-PCR): é o único método considerado pela OMS como referência no diagnóstico da COVID-19, pois identifica a presença do vírus nas secreções respiratórias, indicando uma infecção ativa no momento. É feito com a coleta de secreções através de swab, que é semelhante a um cotonete grande;
  • Exame de sangue (sorologia): analisa a presença de anticorpos para o coronavírus no sangue e, por isso, serve para avaliar se a pessoa já teve contato com o vírus, mesmo que no momento do exame não esteja com a infecção ativa;
  • Teste rápido: é semelhante ao exame de sangue porque também avalia a presença de anticorpos para o coronavírus, permitindo saber se a pessoa ja esteve em contato com o vírus, mas não indica se ainda possui infecção ativa. A principal diferença é que este teste apresenta resultados em poucos minutos e também utiliza uma amostra de sangue menor.

Existe ainda o exame retal, no qual é utilizado um swab que deve ser passado no ânus. No entanto é tipo de teste pouco prático e pouco conveniente, não sendo indicado em todas as situações. O exame retal para COVID-19 tem sido indicado para acompanhamento de algumas pessoas internadas que possuem swab nasal positivo, isso porque alguns estudos sugerem que o swab retal positivo está associado com casos mais graves de COVID-19.

4. Como funciona o teste rápido?

Os testes rápidos para COVID-19 são uma forma de obter informações mais rápidas sobre a possibilidade de se ter uma infecção recente ou antiga pelo vírus, isso porque o resultado é liberado entre 15 a 30 minutos.

Este tipo de teste tem como objetivo identificar a presença de anticorpos circulantes no organismo que foram produzidos contra o vírus. Assim, o teste rápido é normalmente utilizado numa primeira fase do diagnóstico e é muitas vezes complementado pelo exame RT-PCR para COVID-19, que é o exame das secreções, principalmente quando o resultado do teste rápido é positivo ou quando existem sinais e sintomas que são sugestivos da doença.

5. Qual teste que pode ser feito na farmácia?

Os testes de farmácia são do tipo rápido, ou seja, permitem a identificação de antígenos ou anticorpos produzidos contra a COVID-19, sendo úteis para entender se já se esteve em contato com o vírus. No entanto para confirmar se existe infecção ativa no momento é necessário que seja feito o exame de secreções (RT-PCR).

O teste rápido para COVID-19 pode ser feito na farmácia desde que realizado por um farmacêutico que recebeu treinamento para realização do teste e interpretação do resultado, e que tenha sido liberado pela ANVISA para realização na farmácia.

Para fazer o exame na farmácia não é necessária requisição médica, no entanto é importante ter a garantia de que o resultado será comunicado às autoridades de saúde, pois assim é possível que seja feito o mapeamento correto da doença.

6. Quanto tempo demora para sair o resultado?

O tempo que o resultado leva para ser liberado depende do tipo de teste que foi realizado, podendo variar entre 15 minutos até 7 dias.

Os testes rápidos normalmente demoram entre 10 e 30 minutos para serem liberados, já os resultados dos exames de sangue ou de secreções podem demorar entre 12 horas e 7 dias para serem liberados, dependendo do laboratório e da técnica utilizada. O ideal é sempre confirmar o tempo de espera junto com o laboratório, assim como a necessidade de repetição do exame.

7. O que significa o resultado?

O significado dos resultados varia de acordo com o tipo de teste:

  • Exame de secreções: um resultado positivo significa que se tem COVID-19;
  • Exame de sangue: um resultado positivo pode indicar que a pessoa possui a doença ou que já teve a COVID-19, mas a infecção pode já não estar ativa;
  • Teste rápido: um resultado positivo indica que já se esteve em contato com o vírus. Quando o exame é positivo apenas para IgM indica que a infecção foi recente e, por isso, a pessoa ainda pode estar infectada. Já quando exame é positivo para IgG normalmente indica que a pessoa já teve a infecção há algum tempo.

É importante ressaltar que tanto no exame de sangue como no teste rápido o resultado positivo não significa que a pessoa está com o vírus no momento do teste. Isso porque os anticorpo avaliados por estes exames podem se manter elevados no organismo por vários meses, mesmo depois de a infecção desaparecer.

O mesmo se aplica para o resultado negativo. Obter um resultado negativo no exame de secreções ou no teste rápido não significa que não se tem a infecção, especialmente se o teste foi feito antes do período de 8 dias recomendado. Existem casos em que pode demorar até 10 dias para que o vírus possa ser identificado nesses testes. O ideal é que, em caso de suspeita, se tome todas as medidas necessárias para evitar a transmissão do vírus, além de manter o distanciamento social por até 14 dias.

8. Há chance do resultado ser “falso”?

Os testes desenvolvidos para a COVID-19 são bastante sensíveis e específicos, havendo, por isso, baixa probabilidade de erro no resultado. No entanto, o risco de obter um resultado “falso” é maior quando os testes são realizados antes do período indicado, pois é provável que o vírus não tenha se replicado o suficiente, nem estimulado resposta do sistema imunológico, para ser detectado.

Além disso, quando a amostra não é coletada, transportada ou armazenada corretamente, também é possível obter um resultado “falso negativo”. Nesses casos é necessário que o exame seja repetido, principalmente se a pessoa apresentar sinais e sintomas sugestivos da infecção, se tiver tido contato com casos suspeitos ou confirmados da doença, ou se pertencer a algum grupo de risco para COVID-19

Fonte: Tua Saúde

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