Viajar de avião após uma cirurgia plástica? Saiba os riscos

Uma modelo britânica viralizou nas redes sociais nos últimos dias após revelar por meio de vídeos que sua cabeça “explodiu” durante uma viagem de avião que fazia. Weronika, como ela se identifica nas mídias sociais, disse que tinha acabado de fazer um procedimento estético na região dos olhos chamado de “fox Eyes” (olhos de raposa, em tradução livre). Essa operação, realizada na pálpebra, tem o objetivo de delinear o olhar, alongando a abertura e levantar o canto externo do olho.

Weronika afirma que sentiu um sangramento em sua cabeça durante o voo e explicou que, por conta da pressão da cabine do avião, alguns dos pontos abriram durante o trajeto. Essa operação, apesar de parecer simples, é realizada em uma área delicada e mexe com alguns tecidos que podem levar ao sangramento no pós-operatório se o paciente não seguir à risca as instruções do médico.

O cirurgião plástico e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Denis Calazans, afirma que muito provavelmente a pressurização da cabine do avião tenha auxiliado no sangramento que a modelo sofreu e que é preciso ter muito cuidado com viagens de longa duração após qualquer cirurgia.

— A pressurização traz muitos efeitos para o sistema humano, o sangramento é um deles. É importante, dependendo de vários fatores, como o tipo da cirurgia, do estado físico do paciente e da avaliação médica, que ele espere em média 30 dias para fazer uma viagem de avião de longa duração — explica o médico.

Calazans ainda cita os casos de trombose que diversos pacientes relatam ao fazer viagens de longa duração com certa falta de mobilidade que acabam formando coágulos dentro da circulação sanguínea e que podem acabar sendo fatais.

 

Combinadas, as gravações de Weronika contando sobre o acontecimento já ultrapassou dos 11 milhões de visualizações desde sexta-feira.

— Estava tudo bem quando entrei no avião. Estava tudo frio, tínhamos ido dormir, porque estávamos viajando desde às 02 horas da manhã. Daí, eu acordo com muita dor. Tudo estava doendo muito. Eu me levantei, fui ao banheiro e ouvi um estalo audível — relatou ela aos seguidores — Imediatamente, depois que senti um líquido quente [sangue] escorrendo pelo pescoço, peguei algumas toalhas e comecei a limpá-lo — complementou. Foi neste momento, que Weronika se deu conta que a orelha esquerda havia “aberto”. A modelo tinha um dreno nessa parte do corpo.

O cirurgião plástico e Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional de São Paulo, Dr.José Octávio, acredita que a influenciadora pode ter batido ou traumatizado o local operado durante o sono em algum ponto da viagem e que, por essa razão, houve o sangramento.

— É muito improvável que a pressurização na cabine tenha aberto os pontos e feito o sangramento, pois é um ambiente parecido com o que encontramos quando estamos em solo. Não existe risco desde que o paciente observe e siga as instruções deixadas pelo médico. Nos meus pacientes, por exemplo, em uma cirurgia de pálpebra, dependendo da condição dele, pode viajar depois de uma semana a dez dias pelo menos. Óbvio, tem cirurgias mais graves e sérias que podem ficar até pouco mais de 20 dias sem poder fazer viagens longas — afirmou.

 

Ele ainda reitera que as viagens aéreas são “altamente seguras” quando há autorização e acompanhamento médico. No caso de Weronika, ela afirma que tinha esse sinal positivo de seu médico. Apesar de todo o desespero, a influenciadora explicou que não tomou nenhuma medida durante a viagem, além de estancar o sangue. Ao sair do avião, segundo ela, um médico a atendeu e, agora, se recupera bem.

Fonte: O Globo

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