Apoio familiar é essencial para ajudar acumulador compulsivo a vencer a doença

[São Paulo] – Algumas pessoas apresentam grande dificuldade em se desfazer de objetos novos ou antigos. Essa dificuldade pode, muitas vezes, envolver papéis, embalagens e recipientes descartáveis que o indivíduo acredita serem bonitos, proveitosos no futuro ou até que têm um certo valor emocional. Na maioria dos casos são pertences que já não são mais úteis.

Quando esse comportamento começa a se tornar exagerado e o volume dos objetos a comprometer o espaço onde essas pessoas vivem, é necessário maior cuidado. Segundo o psicólogo Lucas dos Santos Lotério, mestre em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, esse indivíduo pode estar se tornando um acumulador compulsivo.

Acumulação compulsiva é o nome popular dado à doença psiquiátrica chamada disposofobia. É um tipo de compulsão em que a pessoa é incapaz de descartar objetos dos mais variados tipos, crendo que poderão ser úteis no futuro. Mas “esse excesso de acúmulo gera problemas, pois, muitas vezes, o paciente acaba por entulhar até mesmo lixo em sua casa”, alerta o psicólogo.

As causas do problema, no entanto, ainda são desconhecidas e devem ser tratadas com apoio de especialistas. Mesmo sem informação específica sobre o desencadear do distúrbio, Lotério afirma que fatores como a genética, o funcionamento cerebral e acontecimentos estressantes na vida do indivíduo podem estar relacionados com o problema. De qualquer forma, o psicólogo diz que o doente precisa ser tratado “com o acompanhamento de um médico psiquiatra, que pode receitar medicamentos que aliviam os sintomas e também com o apoio de um psicólogo através da psicoterapia”.

O apoio familiar nesses casos é ressaltado pelo especialista, pois é raro que um acumulador compulsivo perceba ou admita que viva o problema. Assim, o papel dos amigos e familiares é fundamental para que o acumulador perceba sua falta de controle e o prejuízo em sua qualidade de vida. Para Lotério, o acumulador precisa ser estimulado a buscar a ajuda profissional e até mesmo ser acompanhado nas primeiras consultas. “Porém, tudo isso deve ser feito sem julgamentos, pois podem comprometer ainda mais a saúde mental dessa pessoa.”

Fonte: Jornal da USP

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