Estudo detalha primeiro caso humano de gripe aviária H5N1 na Europa

Em dezembro de 2022, chamou atenção um surto de gripe aviária A pela cepa H5N1, altamente patogênica, em um bando de aproximadamente 125 patos-do-mato em ambiente doméstico, no sudoeste da Inglaterra. Posteriormente, o vírus também foi confirmado no proprietário das aves, que estava assintomático. Na última quinta-feira (3), um estudo publicado no periódico Eurosurveillance, publicado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC), trouxe detalhes do caso.

Embora a transmissão do vírus da gripe aviária de aves para humanos seja rara, esse microrganismo pode se adaptar e ganhar a capacidade de também se espalhar de pessoa para pessoa. A identificação da infecção humana a tempo é crucial para evitar uma maior disseminação.

Na pesquisa, especialistas britânicos descrevem os aspectos clínicos, epidemiológicos e virológicos desse primeiro caso humano de gripe aviária A (H5N1) na Europa. O período de outono e inverno na Grã-Bretanha tem registrado o maior número de detecções de aves selvagens com a cepa H5N1 desde 2003.

A gripe foi confirmada em 19 dos 20 patos vivos analisados em 22 de dezembro de 2021. O proprietário esteve em contato próximo com as aves infectadas, sem equipamentos de proteção individual. No entanto, permaneceu assintomático durante um tratamento antiviral com medicação por 10 dias, até que dois testes consecutivos de reação em cadeia de polimerase (PCR) dessem negativos.

Durante esse período, as autoridades de saúde locais iniciaram o rastreamento entre 11 pessoas com quem ele tivera contato. Não foram observados casos primários adicionais ou transmissões secundárias.

Durante a investigação, as sequências de todos os segmentos gênicos da cepa do vírus humano foram comparadas com as do vírus nos patos. A análise confirmou que H5N1 no material respiratório do homem era idêntica à detectada nas aves, com exceção de quatro mutações em nucleotídeos.

Segundo o artigo, as circuntâncias da exposição eram incomuns. Havia um contato próximo com um grande número de aves infectadas e um ambiente fechado e contaminado pelo vírus – o que resultou em infecção. “A infecção spillover [da ave para o humano] não levou a nenhuma alteração genética detectada no vírus que possa estar associada ao aumento do risco zoonótico.”, escrevem os autores no estudo.

Esse caso serve de alerta sobre os riscos do contato próximo entre humanos e aves selvagens. Mas, para os estudiosos, a probabilidade desse vírus se espalhar na população geral ainda é baixa.

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