Manter-se casado na meia-idade pode reduzir risco de Alzheimer, sugere estudo

Pesquisadores do Instituto Norueguês de Saúde Pública (NIPH) avaliaram o estado civil de mais de 8,7 mil adultos de meia-idade em registros noruegueses, investigando sua associação com o comprometimento cognitivo e a demência na velhice. Com isso, eles concluíram que os casados tinham menor risco de Alzheimer, em comparação com os solteiros.

Os resultados foram registrados em 2 de novembro na revista Journal of Aging and Health. Os cientistas incluíram na pesquisa participantes na faixa etária de 44 a 68 anos e verificaram quantos deles desenvolveram demência ou comprometimento após os 70 anos.

Foram consideradas seis tipos de trajetórias conjugais: solteiro, continuamente divorciado, intermitentemente divorciado, viúvo, continuamente casado e intermitentemente casado. Os experts também levantaram dados de educação, número de filhos, tabagismo, hipertensão, obesidade, inatividade física, diabetes, sofrimento mental e não ter amigos próximos na meia-idade.

No geral, 11,6% dos participantes foram diagnosticados com demência e 35,3% com comprometimento cognitivo leve. O subtipo de demência mais prevalente foi Alzheimer (57%), seguido por demência vascular (10%), o que se aproxima da distribuição de demência relatada em outras populações de idade semelhante.

A maioria dos participantes era continuamente casada entre os 44 e 68 anos (70,5%); o restante era casado intermitentemente (11,3%), solteiro (4,6%), divorciado continuamente (3,9%), divorciado intermitentemente (5,3%) ou viúvo (4,3%).

A prevalência de demência foi menor entre os casados ​​continuamente (11,2%). Além disso, o risco de adquirir algum quadro de demência foi maior para os solteiros, divorciados continuamente e divorciados intermitentemente, em comparação com os casados ​​de modo contínuo.

Em geral, a trajetória conjugal esteve menos associada ao comprometimento cognitivo leve do que a demência. “Existe uma correlação entre ser casado na meia-idade e um menor risco de demência na velhice”, afirma Vegard Skirbekk, primeiro autor de estudo, em comunicado.

O professor sênior, que atua no Departamento de Saúde Física e Envelhecimento e no Centro de Fertilidade e Saúde do NIPH, destaca ainda que as pessoas divorciadas representam uma proporção significativa de casos de demência.

A importância do vínculo

 

Uma explicação para o menor risco na saúde das pessoas casadas pode ser que o casamento é uma importante fonte de contato social.“Em vários estudos, foi demonstrado que o isolamento social está relacionado a um risco aumentado de demência”, pontua Skirbekk.

“O casamento também demonstrou ser um fator de proteção particularmente importante contra a demência para os homens. No entanto, em nosso estudo, o casamento era igualmente importante para homens e mulheres”, acrescenta.

Já o aumento do risco de demência para os solteiros poderia ser atribuído também à falta de filhos. Contudo, o pesquisador questiona essa ideia:

“Ter filhos parece ser importante, mas as análises não conseguem identificar se não ter filhos ou não ser casado é o principal mecanismo para aumentar o risco de demência”, diz ele.

Para os cientistas, os resultados podem impactar o planejamento de serviços de saúde noruegueses. “A diminuição do casamento e o aumento do divórcio podem ter implicações na incidência futura de demência (e comprometimento cognitivo leve) e, portanto, na futura prestação de cuidados de saúde. O divórcio ainda é muito raro em adultos mais velhos (com 65 anos ou +) na Noruega, mas está aumentando”, concluíram.

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