O lado ruim de elogiar crianças por sua beleza

Imagine a cena: uma garotinha experimenta um vestido cintilante, dá uma volta e, toda feliz, alisa o tecido. Os adultos ao seu redor ecoam a felicidade dela e dizem como está bonita.

Mais tarde, ela pega seus livros favoritos e vê pessoas magras e animais esguios em aventuras emocionantes, enquanto personagens mais gordas são retratadas como lentas ou desajeitadas.

Às vezes, ela percebe que seus próprios pais se preocupam com seu peso ou aparência.

Na adolescência, seus pais podem temer a forma como os influenciadores de rede social estão afetando sua imagem corporal.

Mas pesquisas indicam que, na verdade, sua percepção do corpo e sua aceitação social terão sido moldadas muito antes disso, naqueles primeiros anos.

Quando pensamos na nossa relação com nosso corpo, muitas vezes é difícil identificar com precisão de onde vem nossa satisfação ou insatisfação.

Se fizermos uma retrospectiva da nossa infância, no entanto, podemos nos lembrar de uma série de comentários ou observações inadequadas.

Nenhum deles pode parecer extremamente impactante por si só. E, ainda assim, seu efeito cumulativo pode ser surpreendentemente poderoso.

A escritora Glennon Doyle ainda se lembra de como sua aparência na infância rendia elogios dos adultos ao seu redor.

“Podia ver no rosto deles… Eles se iluminavam, e então eu aprendi que isso é como uma moeda”, diz ela em seu podcast.

Mas quando cresceu e foi considerada menos bonita, a veneração parou — e foi, segundo Doyle, como se o mundo tivesse virado as costas para ela.

Seja na forma de elogios ou críticas, este tipo de destaque às formas do corpo pode estabelecer crenças e inseguranças difíceis de eliminar.

As consequências podem ser tremendamente prejudiciais, como mostram as pesquisas, com atitudes familiares e comentários depreciativos sobre peso ligados a problemas de saúde mental e distúrbios alimentares.

Além disso, a estigmatização mais ampla das crianças com excesso de peso aumentou — afetando sua autoestima e, claro, sua imagem corporal.

Dado o quão cedo esta consciência do corpo ideal começa, o que os pais e cuidadores podem fazer para ajudar as crianças a se sentirem confiantes em relação a si mesmas — e mais solidárias com os outros?

A vergonha do corpo é ensinada, e não inata

Os ideais físicos diferem enormemente ao longo do tempo e das diferentes culturas — uma rápida olhada em qualquer pintura de Peter Paul Rubens, ou até mesmo na estatueta de 29.500 anos conhecida como “Vênus de Willendorf”, revela de forma exuberante como os humanos abraçaram características curvilíneas.

Mas hoje, apesar de um crescente movimento de positividade corporal que celebra todas as formas e tamanhos, a ideia de que um corpo magro é o ideal continua dominante nas redes sociais, na mídia tradicional, na televisão, no cinema e na publicidade.

A consciência do corpo ideal começa cedo e reflete a experiência das crianças com o mundo ao seu redor.

Em um estudo, crianças de três a cinco anos foram solicitadas a escolher uma forma de corpo — a partir de uma série de formas que variavam de muito magras a grandes dimensões — para representar uma criança com características positivas ou negativas.

Elas foram questionadas, por exemplo, sobre quais crianças seriam malvadas ou gentis, quais seriam provocadas pelas outras e quem elas convidariam para seu aniversário.

As crianças tenderam a escolher as formas maiores para representar as características negativas.

Mulher colocando fita métrica no rosto de uma menina

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Desde cedo, as crianças são influenciadas pelas opiniões dos pais sobre a aparência física

Crucialmente, este viés foi influenciado por outros: por exemplo, as atitudes e crenças de suas próprias mães em relação aos tipos de corpo afetaram o resultado.

Além disso, as crianças mais velhas apresentaram um viés mais forte do que as mais novas, o que indica mais uma vez que foi aprendido, e não inato.

As descobertas “sugerem que os ambientes sociais das crianças são importantes no desenvolvimento de atitudes negativas e positivas em relação ao peso”, concluem os pesquisadores.

“Vemos os padrões pelos quais as crianças estão atribuindo as características positivas aos corpos mais magros, e características negativas às formas maiores”, diz Sian McLean, professora de psicologia da Universidade La Trobe, em Melbourne, na Austrália, especializada em insatisfação corporal.

“Elas estão desenvolvendo isso muito cedo, o que é uma preocupação porque potencialmente têm a chance de internalizar essa percepção, de que ser maior é indesejável e ser mais magro é desejável e associado a recompensas sociais”.

Embora os pais desempenhem um papel importante na formação das atitudes e pontos de vista dos filhos, deve-se enfatizar que eles estão longe de ser a única influência a que os jovens estão expostos — e muitas vezes podem ter um efeito positivo capaz de neutralizar mensagens de outras fontes.

Mas as pesquisas mostram que a opinião dos pais importa.

Outro estudo sugeriu que crianças a partir de três anos eram influenciadas pela atitude dos pais em relação ao peso. Com o passar do tempo, as associações negativas das crianças com corpos maiores e a consciência de como perder peso aumentavam.

Pés de alguém com meia listrada colorida se pesando em uma balança

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Algumas mulheres adultas ainda sofrem com o estigma do peso vivenciado na infância

Muitas vezes, há um elemento de gênero nestas percepções, com os filhos sendo mais afetados pelas opiniões dos pais, e as filhas pelas atitudes das mães.

O uso de dieta para controlar o peso foi observado até em meninas de cinco anos. Neste caso, os principais fatores foram a exposição à mídia, assim como conversas sobre aparência.

Os estudos mostram quão cedo as crianças assimilam as percepções sociais das pessoas ao seu redor, prestando muita atenção em como os adultos se comportam e falam sobre corpos e comida. Esse padrão continua e pode até piorar à medida que crescem.

Uma pesquisa que avaliou o nível de insatisfação corporal e consciência em relação à dieta em crianças de cinco a oito anos mostrou que “o desejo de magreza surge nas meninas por volta dos seis anos”.

A partir desta idade, as meninas classificaram seu corpo ideal como significativamente mais magro do que seu corpo de fato.

Mais uma vez, a percepção das crianças sobre a insatisfação corporal de suas mães predisse se as meninas também se sentiam insatisfeitas com seus próprios corpos.

“Uma proporção substancial de crianças pequenas internalizou crenças sociais sobre a forma ideal do corpo e estão bem cientes da dieta como meio de alcançar este ideal”, concluíram os autores.

O perigo da provocação

Muitos pais podem ficar chocados ao saber que suas próprias inseguranças — que podem, no fim das contas, ser completamente involuntárias e não algo que eles desejam transmitir — podem ter este tipo de impacto.

Mas alguns membros da família também ampliam este efeito por meio de comentários depreciativos.

Em um estudo sobre os efeitos das provocações feitas por familiares na insatisfação corporal e nos distúrbios alimentares, 23% dos participantes relataram provocações relacionadas à aparência por um dos pais — e 12% afirmaram terem sido provocados por um dos pais por estarem acima do peso.

Mais participantes disseram ser provocados pelos pais do que pelas mães.

Esta provocação paterna foi um preditor significativo de insatisfação corporal, assim como de comportamentos bulímicos e depressão, e também aumentou as chances de ser alvo de provocações de um irmão.

A provocação materna foi um preditor significativo de depressão.

Ser provocado por um irmão em relação à aparência teve um impacto negativo semelhante na saúde mental e na autoestima, e aumentou o risco de distúrbios alimentares.

Os autores sugeriram que entender o histórico familiar de provocações ajudaria os profissionais de saúde a identificar aqueles que correm risco de “distúrbios alimentares e de imagem corporal e mau funcionamento psicológico”.

Outra pesquisa com crianças de sete a oito anos mostrou que os comentários das mães sobre peso e tamanho corporal têm sido associados a distúrbios no comportamento alimentar dos filhos.

Da mesma forma, as meninas “cujas mães, pais e amigos as encorajaram a perder peso e ser magras” eram mais propensas a endossar crenças negativas sobre o peso dos outros, conhecidas como “estereótipos de gordura”.

Isso é especialmente alarmante, dado o aumento da estigmatização e do bullying relacionados ao peso.

Até mesmo mulheres adultas ainda podem sentir a dor do estigma do peso vivenciado na infância, constatou um estudo, com as participantes indicando sobretudo suas mães como fonte de tal estigma.

Foi “a coisa mais dolorosa que já vivi”, disse uma participante.

O estudo cita relatos de mulheres em seus 40, 50 e 60 anos, que descreveram memórias vívidas de serem envergonhadas por suas famílias por causa do peso, e a profunda tristeza que ainda sentiam.

“As constantes críticas da minha mãe sobre meu peso levaram a problemas de autoconfiança com os quais lutei toda a minha vida”, contou uma participante.

“Meu pai e meus irmãos costumavam cantarolar a música ‘baby elephant walk‘ (‘bebê elefante andando’, em tradução literal) quando eu tinha entre oito e 11 anos”, disse outra.

“Ainda tenho problemas para comer na frente da minha mãe”, afirmou uma participante de 49 anos.

“Ela sempre criticou minha alimentação e meu peso desde que eu tinha seis anos. Talvez até antes.”

Uma entrevistada lembrou que a mãe a botou para fazer dieta aos 10 anos:

“Meus sentimentos em relação à minha falta de atratividade provavelmente nunca irão embora e estiveram comigo por toda a minha vida, mesmo quando eu era mais magra. É muito doloroso.”

No entanto, algumas entrevistadas também disseram que sentiam que suas mães projetavam suas próprias inseguranças — e talvez tivessem a intenção de que os comentários e conselhos fossem úteis, em vez de maldosos.

Além da família

Há uma razão pela qual a influência dos pais é tão forte.

Rachel Rodgers, psicóloga da Northeastern University, nos EUA, diz que quando um pai ou uma mãe estão preocupados com sua própria imagem corporal, eles vão reproduzir comportamentos que mostram que “isso é importante”.

“Mesmo que não mencionem a aparência física da criança, eles ainda estão agindo de uma maneira que sugere à criança: ‘Isso é algo que me incomoda, isso é algo que me preocupa’, e as crianças percebem isso.”

Além disso, muitos pais tendem a comentar sobre o que as crianças estão comendo, vestindo ou sobre sua aparência, muitas vezes de maneira bem-intencionada, e isso pode aumentar a preocupação com a aparência e o peso.

A “idealização da magreza” resultante — uma preferência por corpos magros — leva as crianças a acreditar que seu “valor social está condicionado à sua aparência física, e isso vai levá-las a investir nela em termos de autoestima, assim como seu tempo e energia”, diz Rodgers.

É claro que os pais não são a única fonte de estigma corporal, especialmente à medida que a criança cresce.

Seus colegas e a mídia tendem a assumir um papel maior com o passar do tempo.

Até certos brinquedos, como bonecas, têm influência.

Um estudo com meninas de cinco a nove anos mostrou que, quando brincavam com uma boneca extremamente magra, isso mudava seu tamanho ideal do corpo no sentido de ser mais magra.

A menos que sejam combatidas, estas influências podem reforçar umas às outras.

Muitos estudos mostram que a exposição à mídia contribui para os ideais de aparência — meninas que assistiram a clipes de música ficaram mais focadas em sua aparência depois, por exemplo.

Se os amigos também falam sobre peso e aparência, este efeito pode ser ampliado.

“A maneira como os ideais da mídia são reforçados e endossados ??por seus colegas/amigos foi um fator mais crucial do que a própria exposição direta à mídia”, explica Jolien Trekels, psicóloga que estuda imagem corporal na KU Leuven, na Bélgica, que liderou pesquisas sobre o papel que os amigos desempenham nos ideais de aparência.

Por outro lado, isso pode significar que os jovens não estão apenas à mercê dos ideais da mídia, mas podem moldar coletivamente suas próprias respostas a eles.

O perigo da ‘inspiração à magreza’

O tipo de plataforma e atividade social também desempenham um papel nisso. Uma revisão de 2022 mostrou que o Instagram e o Snapchat (ambos extremamente visuais) estavam mais negativamente ligados à imagem corporal do que o Facebook, enquanto tirar e manipular selfies era mais prejudicial do que publicá-las.

Sem surpresa, o conteúdo “thinspiration” que promove a magreza e a dieta também mostrou efeitos negativos (devido a autocomparações negativas), assim como as postagens promocionais de fitness categorizadas como “fitspiration“.

Embora a visualização de posts sobre exercícios tenha demonstrado aumentar a prática de atividade física entre as mulheres adultas, também internaliza os ideais de magreza, de acordo com um estudo de 2019.

Isso significa que esse efeito inspirador inicial não é necessariamente duradouro, como observa o estudo:

“À medida que o tempo passa, e as mulheres não veem grandes efeitos da dieta e do exercício, elas podem ficar frustradas, o que pode, consequentemente, resultar em insatisfação corporal.”

Uma imagem corporal negativa é problemática por várias razões.

“A autoestima está muitas vezes interligada com a autopercepção corporal”, explica Trekels.

É o caso especialmente de mulheres e meninas.

Uma vez que uma imagem corporal negativa se desenvolve, é um alto preditor para transtornos alimentares e depressão.

As estatísticas revelam um quadro preocupante. As estimativas sugerem que até metade das meninas pré-adolescentes e adolescentes relatam insatisfação corporal.

Uma imagem corporal negativa na infância também tende a persistir na adolescência.

Uma pesquisa recente realizada com adultos pela Fundação Butterfly, que oferece suporte baseado em evidências para transtornos alimentares, descobriu que daqueles que desenvolveram insatisfação corporal cedo, 93% disseram que piorou durante a adolescência.

As meninas correm mais riscos?

Embora as meninas muitas vezes pareçam ser mais afetadas por preocupações com a imagem corporal, isso pode ser em parte devido ao fato de que há mais pesquisas feitas com meninas, assim como a forma como o corpo feminino é objetificado e sexualizado desde cedo.

Pesquisas recentes com meninos mostram um nível semelhante de insatisfação, embora seus ideais corporais tendam a ser um pouco diferentes, com um foco maior em querer ser musculoso, por exemplo.

“Realmente todo mundo em um corpo pode experimentar insatisfação corporal, não importa como você se parece por fora, é como você está pensando e se sentindo por dentro”, diz Stephanie Damiano, que trabalha na Butterfly.

Trekels observa tendências semelhantes:

“Geralmente, encontramos mais efeitos ou mais fortes no caso das meninas do que dos meninos. No entanto, isso não significa que os meninos não sejam vulneráveis ??a sofrer essas influências também.”

Menino e menina brincando com blocos de madeira

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Focar mais nos interesses da criança do que na aparência pode melhorar a sensação de autossatisfação

Uma razão pela qual o efeito é mais forte para as meninas pode ser porque, desde cedo, a socialização de meninas e meninos se dá de maneira diferente.

De acordo com Rodgers, as meninas são frequentemente informadas de que seu valor social está em quão atraentes elas são.

“Que seus corpos são feitos para serem vistos, que devem ser contidas, dóceis e não ocupar muito espaço”, explica.

“Os meninos são socializados para entender que seus corpos são funcionais, que são fortes, o que é uma mensagem muito diferente.”

Dado o quão onipresentes estas mensagens são, o que pais e mães podem fazer para combatê-las, e nutrir uma imagem corporal mais generosa, positiva e empoderadora?

Em primeiro lugar, como as evidências mostram, a maneira como os adultos falam sobre o corpo em torno das crianças é importante.

“Nós encorajamos os pais ou educadores a não fazer comentários sobre a imagem corporal, mesmo que sejam positivos”, diz McLean.

Em vez disso, os pais devem se concentrar no que as crianças gostam de fazer e estão interessadas, “valorizando mais quem elas são e suas habilidades e talentos especiais, e focando menos em sua aparência”, afirma Damiano.

Isso ajuda as crianças a terem um senso de satisfação e autoestima que não está vinculado à sua aparência.

Também pode significar trabalhar em nossa própria autopercepção e autoestima, já que as pesquisas mostram como é fácil transmitir nossas inseguranças.

O apoio da família faz a diferença

Damiano também recomenda que os pais evitem falar sobre peso ou dizer constantemente às crianças que comam alimentos mais saudáveis.

“Quanto mais focarmos no peso mais alto como um problema, ou em certos alimentos como ‘ruins’, mais culpa, vergonha e insatisfação corporal as crianças vão sentir provavelmente.”

Em vez disso, os pais podem falar sobre a prática de exercício como sendo importante para a saúde e o bem-estar geral, em vez de uma maneira de perder peso.

As famílias também podem normalizar o consumo de refeições saudáveis, em vez de falar explicitamente sobre determinados alimentos serem ruins para você.

Afinal de contas, todos nós gostamos de uma guloseima — então parece contraproducente ensinar as crianças a se sentirem culpadas por comer uma.

Menina olhando dentro da geladeira, onde está um prato de salada e um prato com cupcake

Getty Images
Existem várias formas de estimular uma alimentação saudável

Na verdade, desfrutar de guloseimas é reconhecido como essencial para uma atitude saudável em relação ao peso.

Assistir a programas de culinária na TV com receitas de comida saudável também pode sutilmente incentivar as crianças a comer alimentos mais saudáveis.

As relações familiares podem desempenhar um papel positivo importante: um estudo mostrou que uma boa relação entre mães e filhos adolescentes pode atenuar os efeitos negativos do uso de redes sociais na insatisfação corporal.

Limitar o tempo das crianças nas redes sociais pode reduzir as “comparações de aparência”, além de melhorar a saúde mental.

“A maneira como os pais dão sentido ao que a criança está vendo” também é muito importante, diz Rodgers, pois pode ajudar a criança a decodificar o que as imagens realmente mostram.

E, claro, nem toda mídia social é ruim — também pode ser uma fonte de comunidade e incentivo.

Os pais podem achar útil se aliar às escolas.

O programa Butterfly Body Bright, na Austrália, ajuda crianças do ensino fundamental a desenvolver uma imagem corporal e escolhas de estilo de vida positivas.

Em um programa piloto, a imagem corporal das crianças melhorou após uma aula. Programas de intervenção que focam na construção da autoestima também têm se mostrado bem-sucedidos.

Refletir sobre estes programas e suas mensagens pode até ajudar os pais a analisar suas próprias ideias em relação ao corpo e ao peso e abandonar antigas crenças prejudiciais.

Quanto ao que podemos implementar em casa, uma mudança fácil pode ser fazer uma pausa sempre que estivermos prestes a elogiar a aparência de uma criança e pensar em outra coisa que gostamos nela e queremos que ela saiba.

Em vez de falar “adoro seu vestido”, poderíamos simplesmente sorrir e dizer a elas como é bom vê-las e quão divertidas elas são.

– Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-62645968

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

Fonte e imagem: Correio Braziliense

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