Daniel Alves: como funciona a PEP, remédio que a vítima do jogador toma para evitar a infecção pelo HIV

Além de tomar ansiolíticos para dormir e contar com a ajuda de uma assistência psicológica por meio de uma entidade pública cuja finalidade é acolher pessoas que sofreram violência sexual, a mulher de 23 anos que acusa Daniel Alves de estupro, está tomando um coquetel antiviral para evitar contaminação por infecções sexualmente transmissíveis. Segundo a advogada da vítima, Ester García López, o jogador não teria usado preservativos.

O que é a PEP?

 

Após casos de violência sexual ou sexo sem preservativos, uma das principais medidas de prevenção de urgência é a chamada PEP (profilaxia pós-exposição), medicamentos prescritos para reduzir o risco de adquirir HIV.

Elas normalmente são recomendadas para vítimas de violência sexual, pessoas que tiveram relações sexuais sem preservativo, ou que a camisinha tenha estourado com alguém que possui o vírus do HIV ou que não sabe se é portador e indivíduos que possam ter entrado em contato com o vírus recentemente, através da exposição ocupacional, como no caso de profissionais de saúde.

O esquema da PEP envolve dois comprimidos. Um deles contém os medicamentos tenofovir e lamivudina, enquanto o outro comprimido contém o medicamento dolutegravir. Todos são chamados de antirretrovirais, pois são usados para tratar infecções por retrovírus, grupo de vírus do qual o HIV faz parte.

Principais recomendações

 

Os medicamentos antirretrovirais agem inibindo a multiplicação do HIV (que é retrovírus causador da síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS) no organismo, evitando que o vírus alcance e enfraqueça o sistema imunológico daquela pessoa infectada.

É importante que o “coquetel”, apelido para o retroviral, seja iniciado, de preferência, entre as duas primeiras horas após a exposição e no máximo 72 horas após o ato. Este é o tempo que o vírus pode levar para ultrapassar a superfície dos genitais, vencer as defesas naturais do corpo e infectar a pessoa. Quanto mais rápido a profilaxia for administrada, melhor será o resultado.

O primeiro passo é buscar atendimento em um centro médico especializado. A PEP, por exemplo, está disponível gratuitamente pelo SUS (sistema Único de Saúde), entretanto, elas só podem ser obtidas com a prescrição de um profissional de saúde licenciado para realizá-la.

Antes, é preciso fazer um teste para HIV para avaliar se a pessoa que sofreu a exposição já estava infectada ou não. Caso o teste tenha um resultado positivo para o vírus, será iniciado o tratamento e não a profilaxia. Caso o resultado do teste seja negativo para o HIV, a PEP deverá ser utilizada por 28 dias ininterruptos.

Após este período um novo teste deverá ser realizado para avaliar se o remédio funcionou. O Ministério da saúde ainda recomenda que toda pessoa com exposição sexual de risco ao HIV também faça testes para detectar hepatites A, B e C.

PEP e PrEP

 

Além da PEP, existe também a PrEP. Ambos são profilaxias, usados como tratamento da HIV. Entretanto, enquanto a PEP é o uso de medicamentos antirretrovirais, após um possível contato com o HIV, a PrEP (profilaxia Pré-Exposição) é o uso dos medicamentos antirretrovirais antes da exposição ao HIV.

 

São recomendados para as populações chaves que estão sob o maior risco de serem diagnosticados com a doença. Segundo o Ministério da saúde, são eles: pessoas que não se identificam com o gênero de nascimento (trans); homens que fazem sexo com homens; profissionais do sexo; pessoas que têm parceiros positivos para HIV; pessoas que têm relações sexuais frequentemente sem preservativos; pessoas que têm ou tiveram infecções sexualmente transmissíveis e pessoas que fizeram uso de PEP.

Quem faz parte de pelo menos um dos grupos acima e tem mais de 15 anos de idade pode obter PrEP no SUS gratuitamente após a prescrição de um médico. Quem faz o uso da PrEP deve tomar um comprimido por dia.

Outra diferença entre elas é que em casos de emergência e urgência, a PEP deve ser administrada, pois é a profilaxia de emergência e indicada para todos os casos.

 

 

Os especialistas ainda alertam que mesmo os indivíduos que estejam em tratamento não devem parar de usar preservativos, pois nenhuma das duas substitui a camisinha. Visto que elas não protegem de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST´s) como a gonorreia e sífilis.

Fonte: O Globo

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