Enfermeira é diagnosticada com câncer de mama após médico dizer que ‘caroço era causado por ciclo menstrual’

A enfermeira de oncologia do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), Sophie Jackson, 26 anos, foi diagnosticada com um câncer agressivo na mama depois de seu médico descartar o nódulo e minimizar o caroço a “nada”. Segundo o profissional, a massa no seio direito dela seria um sinal do ciclo hormonal e que ela deveria esperar ao menos quatro semanas para ver se nada iria mudar.

 

 

Como já estava acostumada a cuidar de pacientes com câncer na ala especializada nesse tito de tratamento, Jackson resolveu não esperar e ir atrás de um encaminhamento médico para um centro de tratamento em câncer de mama. Em menos de dois meses depois, o diagnóstico positivo assustador.

“Eu me senti decepcionada. Os médicos inicialmente pensaram que não era nada puramente baseada na pouca idade. Além do caroço, não tive nenhum outro sintoma. Parecia completamente aleatório e o diagnóstico foi um choque. Sinto-me frustrada com a orientação por aí com os caroços ‘estereotipados’ a serem procurados, como ser duro ou não móvel. ‘Se eu tivesse deixado quatro semanas como o médico sugeriu, poderia ter se espalhado nesse tempo e eu estaria olhando para um diagnóstico incurável”, explicou Jackson.

Ela afirma que seu trabalho ajudou a absorver o diagnóstico, pois sabia do duro caminho pela frente, bem como de todos os remédios que precisaria tomar e das cirurgias que precisariam ser feitas para combater o câncer. Nos últimos 10 meses, ela passou por seis ciclos de quimioterapia, 10 rodadas de radioterapia e cirurgia para remover o tumor.

Jackson perdeu o cabelo, sobrancelha e cílios devido ao tratamento agressivo. Ela também não se tornará mãe de forma natural, pois, para evitar o retorno do câncer, os médicos lhe deram uma menopausa induzida quimicamente.

As injeções regulares são para diminuir os níveis de estrôgenio no corpo da enfermeira, visto que altas quantidades do hormônio sexual feminino podem aumentar o risco de crescimento de tumores de mama, especialmente quando são ER-positivos, como no caso de Jackson. Embora ela tenha optado por retirar e congelar os óvulos, o que garante que ela pode se tornar mãe no futuro, por meio de um tratamento de fertilização in vitro.

 

 

Embora essas ações estejam sendo feitas, Jackson foi informada que há uma grande possibilidade de o câncer retornar nos próximos dois anos porque ele tinha uma forma particularmente agressiva de carcinoma ductal invasivo.

“Foi muito estranho receber drogas quimioterápicas que dei a outros pacientes antes, como uma experiência fora do corpo. Também fiquei incrédula ao ver meu nome na bolsa de quimioterapia e checar meus dados quando geralmente era eu do outro lado. Isso causou angústia, pois estar doente significava que eu não podia trabalhar por um tempo, o que me deixava ansioso – especialmente ver meus colegas continuarem trabalhando e cuidando de mim”, disse Jackson.

Cerca de 56.000 novos casos de câncer de mama são detectados no Reino Unido a cada ano, tornando-se a forma mais comum da doença no país. Nos Estados Unidos, ele é o segundo câncer mais prevalente com 288.000 diagnósticos por ano – 30% de todos os cânceres femininos.

A doença ocorre principalmente em mulheres a partir dos 50 anos e em pacientes que tenham um histórico familiar de câncer de mama. Excesso de peso e terapia de reposição hormonal ou certos tipos de pílula também aumentam a incidência da doença.

Atualmente, Jackson está livre do câncer e voltou a trabalhar nos Hospitais Universitários, onde sente que tem uma “compreensão única” do que os pacientes estão passando e quer ajudar a aumentar a conscientização sobre a doença, além de disseminar a importância de um diagnóstico e tratamento precoce. “Isso salvou a minha vida”, afirma.

Fonte: O Globo

Comments are closed.

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More

Privacy & Cookies Policy