Vício: 39% dos fumantes brasileiros consomem mais de 11 cigarros por dia, diz estudo inédito

Um levantamento nesta quarta-feira, 26, mostra que a média de cigarros consumidos por fumantes brasileiros é superior ao número da América Latina. De acordo com a pesquisa, a média de brasileiros que ultrapassam 11 cigarros por dia (mais que metade de um maço) é de 39% — enquanto a média da América Latina é de 27% dos fumantes acima dessa cota. A pesquisa foi encomendada pela pela farmacêutica AstaZeneca.

A pesquisa estendeu a lupa sobre o público em geral, com idade acima de 40 anos em seis países. No Brasil, 28% fumam cigarro, um número menor que a média do bloco latino, em que 38% dizem manter o hábito. A grande questão aqui é justamente a intensidade do fumo, com mais brasileiros ultrapassando a metade da cartela em diante. Ainda dentro do grupo dos fumantes, entre os brasileiros, 17% fumam todos os dias e 25% pelo menos três vezes na semana.

A pesquisa faz parte de uma campanha lançada para o combate do câncer de pulmão e tem como principal função avaliar o quanto se sabe sobre a doença. Após perguntar sobre os hábitos de vida dos pesquisados, o estudo estendeu a lupa sobre o que os respondentes sabiam em relação ao avanço da doença. Do total, 23% dos respondentes brasileiros elencaram o tabagismo como fator de risco para um tumor no pulmão — quando estima-se que 80% dos diagnósticos atuais tenham a ver com o fumo ativo ou passivo.

Suellen Nastri Castro, médica oncologista clínica do Hospital BP, Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que ainda não há amplo desconhecimento em relação a doença , o que prejudica o tratamento de novos pacientes.

— O diagnóstico é tardio na maioria das vezes, é preciso alertar as pessoas sobre a gravidade dessa doença, quando tratada tardiamente. Como especialistas, podemos dizer que o câncer de pulmão é curável quando diagnosticamos cedo. — diz a médica. —Essa média de cura, em casos iniciais, chega a 90% nos cinco primeiros anos. Se detectamos o problema de saúde tarde demais, os pacientes podem nem ultrapassar esses cinco anos de vida.

A especialista afirma que, por prudência, importante manter-se alerta a qualquer alteração de saúde, sobretudo entre os tabagistas. — Há sintomas que podemos alertar (como tosse prolongada, falta de ar e catarro com sangue) mas quando essas alterações aparecem a doença não é tão cedo assim. Portanto, é importante estar atento aos fatores de risco, como o tabagismo.

A pesquisa levou em conta 2.179 entrevistados na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Costa Rica.

Fonte: O Globo

Comments are closed.

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More

Privacy & Cookies Policy