Dengue: mudanças climáticas e desmatamento contribuem para aumento da doença

Foto: Joao Paulo Burini

Com as temperaturas cada vez mais elevadas, em consequência do desmatamento e das mudanças climáticas, também está ocorrendo o aumento de casos de dengue pelo país.

É o que afirma o estudo “Mudanças climáticas, anomalias térmicas e a recente progressão da dengue no Brasil”, realizado pelo pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), publicado no portal Scientific Reports da Nature.

Segundo o pesquisador, a dengue vem se espalhando para as regiões Sul e Centro-Oeste, por conta do aumento dos eventos climáticos extremos, como secas e inundações. A degradação ambiental de biomas como o Cerrado também são geram certa influência.

Se antes as regiões com altitudes elevadas funcionavam como barreira para a transmissão da dengue, atualmente estas áreas possuem altas taxas de incidência.

“No interior do Paraná, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, o aumento de temperaturas está se tornando quase permanente. A gente tinha cinco dias de anomalia de calor, agora são 20, 30 dias de calor acima da média ao longo do verão. Isso dispara o processo de transmissão de dengue, tanto por causa do mosquito quanto pela circulação de pessoas”, explica Barcellos.

“Nessas regiões que estão sofrendo com altas de temperatura, também temos visto um desmatamento muito acelerado. E dentro do Cerrado Brasileiro há as cidades que já têm ilhas de calor, áreas de subúrbio ou periferias com péssimas condições de saneamento, tornando mais difícil combater o mosquito”, complementa o pesquisador.

Christovam Barcellos utilizou técnicas de mineração de dados para avaliar a associação entre anomalias térmicas, fatores demográficos e mudanças nos padrões de incidência de dengue ao longo de um período de 21 anos.

O artigo também é assinado pelos pesquisadores Vanderlei Matos, do Observatório de Clima e Saúde do Icict/Fiocruz; e Rachel Lowe e Raquel Martins Lana, do Centro de Supercomputação de Barcelona, com o qual o Observatório mantém cooperação técnica por meio do projeto Harmonize.

Fonte: CNN

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